Desde a sua fundação, em 1987, a Revista Horizonte Geográfico – e posteriormente a Horizonte Educação & Comunicação – se dedicou a transmitir conceitos socioambientais, além de mostrar para as pessoas as belezas, os recursos ambientais e a diversidade social que o Brasil tem.
Atualmente, a empresa acompanha as tendências infanto-juvenis para levar informações relevantes, de forma que combine com as formas de expressão dos jovens e que deixem em sua jornada escolar uma marca positiva quando o assunto é meio ambiente, inovação e conexão com o novo.
Esse foi apenas um dos assuntos que fizeram parte da entrevista que Peter Milko, Diretor da Horizonte deu entrevista à revista ESG Trends neste mês.
Peter também falou sobre temas como greenwashing, ou banho verde, que se refere a apropriação equivocada de virtudes ambientalistas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas.
Ressaltou como a transformação digital é um importante pilar para as pautas ambientais e a importância de empresas públicas e privadas se conectarem com as pessoas por meio de projetos educacionais.
“É fundamental o recurso da iniciativa privada para apoiar e disseminar estas novas tendências e novas ferramentas para que, se possível, isso se torne uma política pública. O que eu acho que é válido dizer é que algumas poucas empresas, talvez as maiores, têm suas próprias fundações e institutos que acabam realizando e chegando nas escolas, com projetos próprios. […] Dessa forma, nós acabamos entrando via a Horizonte Educação e Comunicação, ao ser uma espécie de braço de responsabilidade social das empresas médias e grandes. Às vezes também as pequenas. Isso se deve ao fato de que nós temos a facilidade de chegar na ponta. Então, eles acabam nos contratando para que nós desenvolvamos um programa de educação nas cidades para aqueles stakeholders que têm interesse na área educacional.”
Para ler a entrevista completa, clique aqui.
O prêmio de fotografia da ONG ‘The Nature Conservancy’ anunciou os vencedores da edição 2022, elegendo imagens que retratam desde a luta pela sobrevivência no mundo animal até eventos extremos do clima.
A competição deste ano teve a maior participação global desde o início da premiação, com inscrições de 196 países em seis categorias diferentes.
Com mais de 100 mil fotos inscritas, a vencedora do concurso foi tirada com um drone, em uma estrada solitária no Tibete. O registro do fotógrafo Li Ping, na China, só foi possível porque ele dormiu em um estacionamento à beira da estrada durante a noite para conseguir capturar a cena logo ao raiar do dia.
Três brasileiros estão entre os inscritos no The Nature Conservancy e, apesar de não terem sido vencedores, suas imagens ganharam menções honrosas. Os prêmios vão desde um ingresso para a Corrida da Extreme E, no Uruguai, a um kit de câmera no valor de US$ 5 mil.
“A diversidade de imagens de todo o mundo deu um vislumbre do nosso frágil planeta e de toda a vida que o habita. O concurso em si foi uma odisseia hipnotizante e ficamos com uma mensagem profunda de como todos nós estamos interconectados e o que significa para nossa própria sobrevivência misturar-se com a selvageria. ” Ami Vitale, juiz convidado.
Vencedor do Grande Prêmio
Em ambos os lados de uma rodovia, ravinas formadas pela erosão da água da chuva se estendem como uma árvore no Tibete, uma região autônoma no sudoeste da China.
Vencedor eleito pelo juiz convidado
Um leopardo conhecido como Olimba carrega a carcaça de uma macaca vervet fêmea com seu bebê ainda pendurado para salvar a vida. A foto, tirada no Parque Nacional de South Luangwa na Zâmbia, recebeu o nome de “Um reino implacável”.
Pessoas e natureza
O brasileiro Giovani Cordioli recebeu uma menção honrosa pelo registro feito em uma praia em Cuba. “Eu estava na praia de Varadero, Cuba, quando vi essa enorme nuvem chegando, então corri para o quarto e trouxe minha câmera para capturá-la”, contou Giovani aos jurados.
E mais um brasileiro recebeu uma menção honrosa nesta categoria. Marcelo Paulo Silva fotografou a Praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, no primeiro dia após o lockdown das praias.
Clima
Um dos registros impressionantes da categoria “Clima” que recebeu menção honrosa foi do fotógrafo Jassen Todorov. De acordo com a descrição fornecida pelo evento, a foto mostra os tanques de águas residuais, que são necessários, mas perigosos.
“O vazamento ou a descarga deliberada de água inadequadamente tratada tem poluído os ecossistemas de água doce e salgada”, diz a publicação oficial das imagens.
Todas as fotos estão disponíveis clicando aqui
O ano ainda nem chegou ao fim, mas o número de queimadas na Amazônia já é maior do que os focos registrados em 2021. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 76.587 focos de incêndio até o dia 18 de setembro, enquanto em 2021 houve 75.090 focos de calor.
Desde maio, todos os meses aparecem com mais registros de queimadas do que na comparação com o ano passado. Os números também mostram que setembro intensificou essa marca negativa, já que foram 18.374 focos registrados em apenas uma semana, quase 10% a mais que em todo o mês de setembro de 2021.
E se engana quem pensa que isso afeta apenas quem mora na região. Além de impactar diretamente no aquecimento global e na criação dos rios voadores, fundamentais para as chuvas e o abastecimento de todo o país, em um dos dias da atual “temporada de queimadas”, a fumaça de incêndios na Amazônia cruzou o céu do Brasil deixando cheiro de queimado em partes de São Paulo e o céu nublado no Rio Grande do Sul.
Por se tratar de uma vegetação úmida, as queimadas na Amazônia são consequência da ação humana, diretamente ligada ao aumento do desmatamento na região. Em agosto, os alertas de desmate na Amazônia tiveram o segundo pior mês na série histórica, de acordo com o Inpe.
Este avanço das queimadas acontece apesar do Decreto Nº 11.100 que, desde o dia 23 de junho deste ano, proíbe o uso do fogo na Amazônia e Pantanal.
O Pará segue sendo o Estado recordista de queimadas, com 24.304 focos de calor registrados, representando 32,2% do total, seguido por Mato Grosso (17.480), Amazonas (15.772), Rondônia (8.232) e Acre (7.875).
“O fogo é uma tragédia anunciada! E após quase quatro anos de uma clara e objetiva política anti-ambiental por parte do governo federal, vemos que na iminência de encerramento deste mandato – que está sendo um dos períodos mais sombrios para o meio ambiente brasileiro – grileiros e todos aqueles que têm operado na ilegalidade, viram um cenário perfeito para avançar sobre a floresta”, alerta André Freitas, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.
por Peter Milko
Um pouco de reflexão sobre o papel dos professores na nossa vida faz bem. Lembro que minha primeira paixão escolar foi por História e Química, culpa das professoras Zilda e Lucy, que souberam prender minha atenção e me entusiasmar pelo assunto. Depois, as aulas espetaculares de biogeografia do professor Vanzolini e de construção da paisagem de Aziz Ab´Saber na USP me transformaram, por que finalmente comecei a entender como funcionam os processos naturais que movem o planeta.
Professores inspiram, desafiam, acolhem, ensinam e ajudam a decidir os caminhos da vida. São um dos pilares mais importantes para qualquer sociedade que deseja um futuro melhor. Basta ver exemplos como os da Finlândia e Coréia do Sul, que investiram maciçamente na educação e alcançaram invejáveis índices de qualidade de vida.
Aqui no Brasil temos um longo caminho a percorrer na valorização dos professores. Temos avanços, muito tímidos ainda, perto da escancarada defasagem de aprendizado que os indicadores informam. Quando a prova internacional PISA mostra que apenas 2% dos estudantes brasileiros com 15 anos consegue diferenciar fatos de opiniões, o sinal de alerta está evidente.
Nosso trabalho na Horizonte tem sido focar a maior parte dos esforços na qualificação dos professores, para que eles aprimorem as técnicas de manter a atenção de seus alunos, e assim, os inspirem a escolher seus caminhos de vida. Esse ano atuamos nessa direção com 634 docentes de 24 cidades, que impactaram diretamente 18.290 estudantes (*). Trata-se de uma gota no oceano, em um setor que precisa de muito mais apoio do Governo e da sociedade.
Nessa semana, vale reforçar nosso respeito e admiração por esses profissionais que inspiram jovens: os professores!
(*) Para conhecer os projetos em que estamos envolvidos esse ano, acesse:
Em tempos que se fala tanto sobre fake news, a esperança de um jornalismo sério, consciente e responsável está nas mãos de jovens do ensino público brasileiro. Prova disso são as 68 reportagens que constam de 10 jornais do projeto Arte do Jornalismo.
Esse projeto percorreu 10 cidades brasileiras, desde setembro de 2021, realizando oficinas de capacitação de jornalismo para professores e workshops de design gráfico para os alunos. Nesta maratona, os alunos fizeram entrevistas e pesquisas para escrever sobre as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU aplicados nas suas cidades.
A iniciativa impactou 4.380 estudantes e 152 professores das escolas públicas de Santa Catarina (Urussanga e Criciúma), São Paulo (Jundiaí, Agudos, São Paulo e Itapetininga), Pernambuco (Cabo de Santo Agostinho), Paraíba (João Pessoa), Rio de Janeiro (Queimados) e Minas Gerais (Uberaba). A iniciativa teve o patrocínio da Dexco, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Ao todo, 169 reportagens foram inscritas com temáticas como consumo consciente, poluição de rios, abastecimento de água, energia limpa, transporte público, preconceito, gravidez na adolescência, mulheres na política, entre outros. Como foi a reportagem do aluno Ivonaldo, de Uberaba, “O tema que eu escolhi foi mulheres na política, que fala sobre a luta que elas tiveram para conquistar seu lugar”, comenta o aluno da escola estadual Gabriel Toti, enquanto aponta para o jornal afixado no mural.
Todas as escolas públicas participantes do projeto Arte do Jornalismo receberam vários exemplares do livro que reúne os 10 jornais, com grande entusiasmo.
“Com a distribuição gratuita de 2400 livros fechamos o projeto que engajou alunos e professores numa temática cada vez mais relevante, que é o desenvolvimento sustentável. Proporcionamos reflexão e pensamento crítico nesta juventude” avalia Allan de Amorim, coordenador do projeto na Horizonte.
Para saber mais sobre o projeto e ler a versão digital dos jornais, acesse: artedojornalismo.com.br
Já pensou alunos refletindo sobre a importância da diversidade ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades de leitura, escrita e ilustração? O projeto Respeito às Diferenças une tudo isso por meio de mecânicas que procuram resgatar a magia e o encantamento de contar histórias por meio de cartas, motivando a imaginação e criatividade dos estudantes.
A iniciativa é um projeto educacional voltado a alunos do Ensino Fundamental I de escolas públicas, seguindo as competências definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao mesmo tempo que propõe a reflexão sobre diversidade e o gênero literário cartas.
Seu desenvolvimento compreende quatro etapas cronológicas: Orientação aos professores, que são as oficinas pedagógicas onde os educadores das cidades envolvidas passam por uma imersão na área do conhecimento de Língua Portuguesa e Direitos Humanos, além de receberem o Guia de Orientação Literária elaborado especialmente para balizar todo o projeto; Produções literárias, etapa em que os alunos do fundamental I (de 8 a 10 anos), sob orientação dos professores, produzem as cartas e as ilustrações sobre o tema, além de outras experiências como entrevistas, leituras paralelas, idas ao correios, atividades científicas e tudo o que os educadores estimularem; Escolha das cartas e ilustrações, fase que seleciona 4 produções para representar a escola junto à banca que definirá as produções finalistas para compor o livro Respeito às Diferenças.
Todas as escolas participantes terão pelo menos um trabalho publicado no livro, e receberão, gratuitamente, vários exemplares. Os alunos que tiverem seus textos publicados serão convidados a narrá-los, no formato podcast, que será publicado no site do projeto: respeitoasdiferencas.com.br.
O “Respeito às Diferenças” congrega competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como por exemplo a de “compreender-se na diversidade humana” e a de “promover o respeito ao outro e aos direitos humanos”. Para Allan de Amorim, coordenador da ação na Flamingo, realizadora do Respeito às Diferenças, o projeto é peculiar no objetivo de desenvolver a empatia. “Considero pontos importantes do projeto o estímulo à criatividade dos estudantes e à promoção da reflexão cidadã, tudo isso por meio do resgate à produção de cartas, um gênero literário que marcou séculos na história da humanidade e na nossa forma de expressão escrita, e às narrações das histórias finalistas pelos próprios alunos. São elementos lúdicos para motivar o pertencimento à escola, à habilidade empática e à autoestima”, comenta Allan.
O projeto é realizado pela Flamingo Comunicação, com patrocínio do Instituto Aegea e apoio local da concessionária Ambiental Metrosul, além de apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Ao todo o projeto percorrerá 10 cidades brasileiras (Canoas (RS), Cariacica (ES), Diamantino (MT), Esteio (RS), Matão (SP), Pedra Preta (MT), Piracicaba (SP), Serra (ES), Sorriso (MT) e Teresina (PI)).
Professores de 157 escolas de São Paulo e regiões metropolitanas do ABC Paulista recebem gratuitamente 644 exemplares do livro “SERRA DO MAR: A bacia do Rio Grande e seu entorno”. A distribuição gratuita faz parte do braço educacional do projeto Serra do Mar, uma iniciativa cultural que realizou registros inéditos da Serra do Mar, seu bioma e trajetórias cultural e econômica.
Os mais de 600 exemplares serão destinados a professores e alunos do ensino fundamental II (6º ao 9º anos) e integram o foco educacional do projeto Serra do Mar, que atende o objetivo de oferecer ferramentas a esta comunidade escolar para aprofundar pesquisas, estudo e o conhecimento sobre a paisagem natural, a biodiversidade e as atividades econômicas da região.
Além da distribuição dos livros, este foco educacional inclui ainda o caderno do professor, que é um guia de incentivo à leitura com atividades pedagógicas que podem ser desenvolvidas com seus alunos, e a realização de oficinas de capacitação para professores das escolas públicas participantes, previstas para o segundo semestre deste ano.
A obra, que pode ser acessada e baixada gratuitamente em www.projetoserradomar.com.br , é dividida em cinco capítulos, um registro documental em 144 páginas no formato 23x30cm e um trabalho editorial com qualidade de livro de arte feito por autores e fotógrafos consagrados por seus trabalhos em publicações como a National Geographic Brasil e Horizonte Geográfico.
O livro traz ainda um conteúdo interativo, através de QR codes, com entrevistas e vistas panorâmicas que dão a dimensão da importância deste patrimônio histórico natural.
“Um dos nossos objetivos em todos os projetos educacionais é tratar as temáticas ambientais olhando para o futuro. Por isso, o projeto inclui a difusão de todo este conhecimento que o livro compilou sobre a Serra do Mar e seu entorno para que outros educadores possam replicar em sala de aula. Além dos exemplares gratuitos nas escolas, o pdf da obra está disponível gratuitamente no site do projeto”, comenta Peter Milko diretor da Horizonte.
As ações do projeto e a distribuição gratuita do livro são de autoria da Horizonte Educação e Comunicação com patrocínio da BASF, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e diretrizes da Fundação Espaço Eco – instituída e mantida pela BASF.
O tema energia está cada vez mais presente em nossa vida, são diversos tipos de geração, onde cada uma tem seus benefícios, custos e indicações. Então, que tal tornar esse tema mais fácil, lúdico e divertido?
Por meio do projeto Aprender com Energia – Energia que se renova, motivamos alunos do 4º e 5º ano de escolas públicas a buscarem conhecimento sobre o tema energia renovável. A iniciativa parte da premissa de que a educação é um dos principais meios de contribuir para o desenvolvimento social e econômico local.
Os educadores e alunos receberam conteúdos inovadores de cada tema, buscando complementar o currículo escolar. Ao mesmo tempo, os professores tiveram a oportunidade de contato com ferramentas pedagógicas atuais, por meio de oficinas virtuais e presenciais de aprimoramento didático e sugestões de atividades em sala de aula.
Foram oferecidas oficinas em diferentes cidades (Edéia (GO), Acreúna (GO), Itumbiara (GO), Pedro Afonso (TO), Ituiutaba (MG), Ouroeste (SP), Orindiúva (SP) e Pontes Gestal (SP)). O encontro virtual teve em média 3 horas de duração e os professores participantes puderam conhecer um pouco mais sobre o gênero epistolar (escrever cartas) e o conceito da energia renovável.
Ao todo, foram 106 professores participantes, que levaram esse novo conhecimento a mais de 3 mil alunos de 24 diferentes escolas. Ao final do projeto, recebemos 87 produções, de alunos de 14 escolas diferentes. As criações foram avaliadas por uma banca e as selecionadas compuseram o livro “Aprender
com Energia – A energia que se renova”.
Todas as escolas participantes tiveram pelo menos um trabalho publicado no livro digital, que você pode ler clicando aqui. Os alunos que tiveram seus textos publicados foram convidados a narrá-los e você já pode ouvir clicando aqui.
Energia que se Renova faz parte do projeto Aprender com Energia , uma realização BP Bunge Bioenergia e produção da Horizonte Educação & Comunicação
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Um estudo inédito, encomendado pelo Blue Keepers, projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil, aponta que cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares com 16kg de plásticos por ano. São 3,44 milhões de toneladas desse material propensas ao escape para o ambiente no país, ou 1/3 do plástico produzido em todo o Brasil corre o risco de chegar ao oceano todos os anos.
A pesquisa inédita, feita entre julho de 2021 e abril de 2022, faz parte dos dois primeiros relatórios produzidos pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo.
O estudo observou também que existe um alto risco desse estoque plástico chegar até o oceano por meio de rios. Esse nível de risco varia ao longo do território brasileiro, mas áreas como a Baía de Guanabara (RJ), rios Amazonas (Amazonas e Pará), São Francisco (entre Sergipe e Alagoas) e foz do Tocantins (Pará), e na Lagoa dos Patos (Porto Alegre), são especialmente preocupantes. Além disso, diversos municípios, mesmo no interior, têm alto risco de contribuir para o lixo plástico encontrado no oceano e, por isso, é necessário agir localmente nessa questão.
A metodologia desenvolvida é inédita e traz avanços sobre modelos globais usados em estudos anteriores. O Blue Keepers utilizou parâmetros socioeconômicos e geográficos que não haviam sido representados anteriormente, como a reciclagem informal e a presença de barragens no país. Portanto, a própria metodologia em si é um resultado importante para que outros países busquem diagnosticar suas poluições por plástico.
Realizado o diagnóstico Brasil, o projeto inicia ações locais começando no segundo semestre de 2022, priorizando 10 municípios. O Rio de Janeiro será a primeira cidade a ser assistida pelo Blue Keepers, que identifica de onde vêm os resíduos para criar soluções para prevenir o problema.
O projeto atua como uma ferramenta de planejamento e execução de ações diagnósticas e soluções por meio de parcerias entre os setores público e privado, em alinhamento com o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM) e a recém-lançada Resolução da ONU Meio Ambiente pelo Fim da Poluição por Plásticos. As outras cidades prioritárias são Manaus (AM), Belém (PA), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Salvador (BA), Vitória (ES), São Paulo (SP), Baixada Santista (SP) e Porto Alegre (RS).
O Blue Keepers é uma iniciativa nacional que busca a efetiva mobilização de recursos e inovação tecnológica no combate à poluição do plástico em bacias hidrográficas e oceanos, com o envolvimento de empresas de todos os setores, diferentes níveis de governo e da sociedade civil na preservação do ecossistema. A iniciativa faz parte da Década dos Oceanos, criada pela ONU em 2020, que visa a conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Hoje, estima-se que 150 milhões de toneladas de plástico circulem no mar.
“O que as florestas e o desmatamento têm a ver com nossa saúde”? Essa pergunta que muitas pessoas fazem é também o título de um novo estudo do WWF-Brasil, que mostra a íntima relação entre a saúde humana e a saúde do meio ambiente. A nota técnica mostra como o desmatamento, as queimadas, a poluição do ar, a alteração das temperaturas e as novas doenças decorrentes de modificações de ecossistemas têm afetado a saúde e o bem-estar da população em geral.
Ao derrubar árvores e interferir na natureza, o homem se expõe a doenças provocadas por insetos vetores e microorganismos. O perigo chega às cidades que não aprenderam a controlar essa ameaça. Saiba mais sobre o assunto na reportagem “A guerra contra o mosquito”, da revista Horizonte Geográfico, clicando aqui.
De acordo com o documento, o ar da floresta Amazônica é muito limpo, especialmente na estação chuvosa, quando as precipitações removem aerossóis da atmosfera. No entanto, essa característica se modifica com as queimadas: a fumaça decorrente dos incêndios na Amazônia é altamente tóxica, causando falta de ar, tosse e danos pulmonares à população, e respondem por 80% do aumento regional da poluição por partículas finas, afetando 24 milhões de pessoas que vivem na região.
Outro dado apresentado é que durante a “estação das queimadas” na Amazônia brasileira (entre julho e outubro), aproximadamente 120 mil pessoas são hospitalizadas anualmente devido a problemas de asma, bronquite e pneumonia. Durante períodos de incêndios intensos, principalmente em eventos de seca extrema, os poluentes da queima de biomassa podem aumentar as taxas de mortalidade cardiorrespiratória, bem como induzir danos genéticos que contribuem para o desenvolvimento de câncer do pulmão.
Além das doenças causadas pelo fogo, o desmatamento pode aumentar a transmissão de doenças infecciosas e até o surgimento de novas doenças. Um aumento de 10% no desmatamento leva a um aumento de 3,3% na incidência da malária, por exemplo.
Pesquisas na Amazônia peruana mostraram a existência de números maiores de larvas em poças d’água morna parcialmente abrigadas do sol, como as que se formam na beira de estradas abertas dentro da mata, e em água acumulada em meio a detritos, que não é consumida pelas árvores.
Novos vírus e pandemia
Durante o último século, em média, dois novos vírus por ano se espalharam de hospedeiros animais para as populações humanas – é o caso do Ebola, MERS, SARS e zika. O risco de surgimento de novas zoonoses em florestas tropicais é maior, por causa da sua grande diversidade de roedores, primatas e morcegos, mas também pelas suas altas taxas de desmatamento e degradação que levam à fragmentação dos habitats e à proximidade das populações, impulsionada pela expansão agropecuária.
A atual pandemia de Covid-19 é provavelmente resultado da pressão humana sobre os ecossistemas naturais. A nota técnica também aponta que as queimadas florestais na Amazônia podem ter aumentado o risco de infecção pelo vírus pela resposta inflamatória persistente que elas provocam, agravando ainda mais a situação de saúde da população deste bioma.
Bem estar e natureza
Outra informação que o documento traz é que o ambiente natural afeta o bem-estar individual e coletivo. Existem inúmeras evidências que destacam a importância da natureza para promover uma melhora nos estados de ânimo e bem-estar. A experiência na natureza está associada a uma melhora em vários índices de saúde, como a diminuição da pressão arterial, a redução dos hormônios associados ao estresse, a melhora dos batimentos cardíacos, do humor, da função cognitiva, dentre outros aspectos.
Agroflorestas
A dinâmica de expansão pecuária-agricultura é considerada a principal causa do desmatamento no Brasil e das emissões de carbono. Na Amazônia, entre 2000 e 2020, mais de 40 milhões de hectares de florestas foram convertidas em pastagens.
Ao contrário das monoculturas de commodities agrícolas produzidas nessas áreas desmatadas, o extrativismo e os sistemas agroflorestais protegem a agrobiodiversidade, sustentam a subsistência humana, segurança alimentar e soberania, e protegem serviços ecossistêmicos importantes, como conservação do solo e da água.
O levantamento aponta que algumas ações podem ajudar a manter os serviços ecossistêmicos das florestas e evitar os riscos de sua destruição. Entre elas estão a conservação das florestas, o melhor manejo da paisagem em áreas de atividades agropecuárias, a restauração das florestas desmatadas ou degradadas, inclusive as próximas de centros urbanos.
Os sistemas agroflorestais são apontados como uma das soluções para a produção sustentável. O levantamento ressalta aspectos positivos dos sistemas agrícolas amazônicos: são altamente sofisticados e incluem uma multiplicidade de plantas cultivadas, manejo complexo da paisagem, articulação com outras atividades de subsistência (caça, pesca, extrativismo) e diversas estratégias e práticas de manejo que refletem pelo menos 12.000 anos de interação com plantas e paisagens por povos indígenas e comunidades tradicionais.
Para ler o estudo completo, clique aqui.