O ano de 2000 foi marcado por muitas celebrações históricas, pela virada do milênio e pelos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Mas um fato, nada comemorativo, também marcou essa data, 2000 foi o ano em que a ararinha-azul selvagem havia sido vista pela última vez nos céus da caatinga.
A espécie, que é da mesma família das araras e papagaios, sofreu um gradual processo de extinção na natureza, devido à destruição do ambiente e à captura para o comércio ilegal de animais silvestres. Isso fez com que a ave se tornasse um dos símbolos da luta contra a destruição da fauna e a perda da biodiversidade.
Desde então, iniciou-se um projeto de reintrodução da espécie na natureza. O governo brasileiro, em parceria com organizações não governamentais e instituições internacionais, começou um projeto de manejo para reprodução das ararinhas-azuis e a negociação do retorno, para o país, de parte das aves que estavam no exterior.
Em um projeto super especial, chamado Aves da Caatinga, nós contamos a história dessas ararinhas, de outros pássaros do bioma, da luta para sobreviverem e de seus projetos amigos. Ele é perfeito para você entender tudo o que aconteceu com essas aves até o momento, então, clique aqui para ler.
Agora, mais de 20 anos depois de ser declarada extinta na natureza, as ararinhas voltaram a voar pela caatinga brasileira. No dia 11 de junho, foram soltas as oito primeiras aves e mais 12 serão soltas em dezembro.
Elas foram selecionadas entre 52 aves que voltaram ao Brasil, em 2018, após um acordo com a Alemanha. Essas aves, durante esses 4 anos foram as que demonstraram maior adaptação para a vida na natureza, ou seja, aquelas que voam melhor, que estão se relacionando melhor com o grupo, que são mais sadias e que conseguem identificar melhor os predadores, no habitat de adaptação.
Os animais foram marcados com anilhas e receberão transmissores, que permitirão seu rastreamento por alguns meses.
Fundada pelo ativista Mundano, a ONG Pimp My Carroça comemora 10 anos de história este ano. Trabalhando junto aos setores público, privado e, principalmente, da sociedade civil, o projeto promove o reconhecimento nacional dos catadores de recicláveis, com intuito de melhorar suas condições de renda e trabalho, e abrir caminhos para um futuro sustentável.
Novos hábitos nas residências impulsionam a grande onda da reciclagem, indispensável na luta contra o aquecimento global. Que tal saber mais sobre isso na materia “O lixo que não é lixo” da revista Horizonte Geográfico? Clique aqui para ler.
E a ONG tem muito o que celebrar! Com ações diretas colaborativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, inovações tecnológicas de cunho social e intervenções artísticas, o número de atendimentos à catadores e catadoras chega a 10 mil, com envolvimento direto de mais de 20 mil pessoas em 60 cidades e 20 países, entre eles Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Hong Kong.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita em 2018, estima-se que, atualmente, haja mais de um milhão de catadores em atividade no Brasil, responsáveis por 90% da coleta de resíduos recicláveis do país, com uma renda média mensal de R$ 690,00. Suas carroças carregam até 600 quilos de material. Dados obtidos em 2019 pelo Cataki apontam um crescimento de 60% na renda dos catadores impactados pelo projeto.
A exposição multimídia RECICLARTE – Arte da Reciclagem contou a história dos valiosos trabalhadores da reciclagem. Em seus painéis, traz ensaios fotográficos nos quais são retratados personagens que participam da cadeia produtiva da reciclagem, desde o descarte consciente de resíduos sólidos até a volta dos materiais como produtos reciclados. As imagens resgatam a dignidade desse trabalho anônimo que gera riqueza a partir daquilo que se joga fora. Clique aqui para ver os belíssimos painéis e um pouco mais sobre a exposição.
A ONG Pimp My Carroça ficou conhecida por realizar encontros e atividades para reforma e pinturas artísticas nas carroças. Mas além disso ela tem projetos de construção de carroças elétricas; fomenta a autoestima dos trabalhadores por meio de atividades de formação e cultura, além de proporcionar atendimento em saúde, bem-estar e segurança.
Devido às suas iniciativas, o Pimp My Carroça foi vencedor de mais de 10 prêmios voltados à sustentabilidade e inovação ao longo dos últimos anos. Em suas ações, o Pimp My Carroça segue capilarizando em novos territórios e promovendo mudanças reais para catadoras e catadores de materiais recicláveis.
“O Brasil precisa dos catadores para conseguir reduzir CO2 do meio ambiente”, destaca Mundano, fundador do movimento. “É preciso atitudes do tamanho do desafio, e é urgente investirmos em soluções efetivas e inclusivas em todo território nacional se quiserem fazer sustentabilidade na prática, cumprir metas ESG e acordos ambientais globais. A gente acredita que todos nós somos parte do problema e da solução”, complementa o ativista.
Quer conhecer as histórias por trás da reciclagem? Confira abaixo o vídeo making off da exposição A Arte da Reciclagem
por Peter Milko (diretor geral da Horizonte Educação e Comunicação)
Milhares de escolas de 220 municípios do Estado do Paraná acabam de receber essa semana mais um lote do kit de orientação pedagógica “Combate ao Trabalho Infantil”, produzido pela Horizonte, em uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho.

O dia 12 de junho foi escolhido para chamar a atenção para essa pauta que poucos estão atentos, mas que acontece em todas as cidades brasileiras. São pelo menos 2,7 milhões de meninos e meninas, de 5 a 17 anos, trabalhando irregularmente no Brasil. Isso é equivalente a 35 estádios do Maracanã lotados. Sabe aquele garoto de 11 anos que vende balas no farol? Aquela menina 13 anos que serve adultos num bar? Está provado que o trabalho infantil prejudica a saúde física e emocional de crianças e adolescentes e também gera atraso no país. São milhares de pessoas privadas de educação plena, de crescimento saudável e de uma vida profissional promissora.
Para auxiliar nesse combate a Horizonte foi chamada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para desenvolver kits educacionais que mostrassem os detalhes desse tema delicado para professores e alunos de escolas públicas brasileiras. O conteúdo foi elaborado por uma série de especialistas e pelas procuradoras especializadas em infância do MPT. Você pode conferir o resultado clicando aqui.
Somando as entregas anteriores ao lote distribuído essa semana no Paraná, já atingimos 34 mil professores e pelo menos 1 milhão de alunos, de Roraima ao Rio Grande Sul. Para conhecer o conteúdo do kit educacional.
Para levar essa preocupação para o público geral, o MPT está circulando nas redes sociais um vídeo de sensibilização com os conteúdo elaborados pela Horizonte. Vale assistir clicando aqui.
Além dele, que traz informações valiosas sobre o assunto, fazem parte desse kit educacional gibis, pôsteres e jogos de tabuleiro para usar em sala. Conheça o material, planeje suas aulas de acordo com a faixa etária e o nível de seus alunos e bom trabalho!
por Peter Milko (diretor geral da Horizonte Educação e Comunicação)
Nessa semana comemoramos o 50º Dia Mundial do Meio Ambiente. Vale nessa data refletir sobre as mudanças climáticas, algo que impacta não só a natureza, mas todas as relações humanas.
Em abril desse ano, foi publicado o relatório mais confiável no mundo sobre esse tema pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), de autoria de 258 cientistas de 65 países (*). A conclusão é que está sendo feito muito pouco, a nível global, para diminuir a emissão do gás carbônico, o que leva à previsão de que em breve iremos ultrapassar o aquecimento de 1,5 graus no planeta, limite para evitar o aumento das inundações, secas e as muitas consequências catastróficas já anunciadas. Para esclarecer o mecanismo do aquecimento global, preparamos esse infográfico: clique aqui para ver.
O alerta ganhou o mundo na Rio 92, última vez em que se conseguiu reunir mais de 100 presidentes pela causa, e ainda teve a presença marcante de Jacques Cousteau. O principal vilão do aquecimento global continua sendo a queima de combustíveis fósseis, leia-se petróleo, carvão e seus derivados, que corresponde hoje a 65% das emissões de gás carbônico: Estados Unidos e China são os maiores responsáveis e a transição para fontes energéticas renováveis está muito lenta.
Em segundo lugar na emissão de gases está o desmatamento, que responde hoje pela fatia de 18%. Nesse item o Brasil tem uma grande parcela de responsabilidade, e hoje está remando contra o bom senso e a economia: ao relaxar a fiscalização e incentivar indiretamente a devastação, poderíamos estar ganhando recursos vultuosos no mercado de carbono, onde empresas e governos investem em ações de conservação.
E a nível local, é possível fazer algo? Sim e muito. Sabe-se que uma das formas de tirar o gás carbônico da atmosfera é plantando árvores. Mesmo parecendo uma gota no oceano, plantar, reciclar, consumir de forma consciente são atitudes que vão “contaminar” pessoas ao nosso redor. E assim podemos comemorar com mais esperança a Semana do Dia Mundial da Vida.
(*) Para saber mais, vale consultar o excelente resumo do WRI: clique aqui para ver.