Quatro alunos da 1ª e 3ª série do Ensino Médio, de um colégio paulista, ficaram em primeiro lugar de um concurso mundial após apresentarem uma ideia para despoluir o rio Tietê.
A proposta de Eric Hsieh, Eduardo Filho, Thais Ling e Jiahai Huan é em teoria simples e eficiente: redes coletoras seriam instaladas nas saídas das galerias pluviais para impedir que resíduos sólidos cheguem ao rio.
“A rede vai pegar o lixo sólido que ia ser despejado no rio. E é possível trocá-la com o passar do tempo. Nós pesquisamos e vimos que uma cidade já construiu essa rede na Austrália”, conta Eric. A ideia surgiu após ele visitar a nascente do Tietê, em Salesópolis, quando notou que um dos problemas da poluição era o despejo de lixo, que chegava ao rio pelas galerias pluviais.
E você, já visitou o rio Tietê? Muito além dos quilômetros populares e poluídos na Grande São Paulo, o rio tem 1.150 quilômetros, de muita biodiversidade e belezas. Tudo isso pode ser conhecido no livro Tietê – Um rio de várias faces, você pode ver algumas páginas dele clicando aqui, e também na exposição Tietê, da Serra do Mar ao Paraná, que têm lindos painéis que contam a história do rio e de seu entorno, clique aqui para saber mais sobre a exposição.
Considerando toda a extensão do rio e a dimensão das saídas de galeria, o custo por metro quadrado da rede seria de, aproximadamente, R$ 69, segundo estimativa realizada pelos alunos e pelo professor orientador. O grupo calculou, também, que seria necessária 1 rede por quilômetro de extensão do rio, totalizando 2.300 filtros produzidos para ambas as margens. O custo estimado, sem instalação, seria, portanto, de R$ 158,7 mil.
Este concurso é realizado anualmente pela Full Sail University, nos Estados Unidos. Denominado The Creativity Marathon, ele reuniu mais de 2,3 mil alunos de 108 escolas em países como México, Colômbia e Índia. Só no Brasil, foram 168 projetos de 62 colégios.
A competição estimula os estudantes a propor soluções que apoiem a Agenda 2030 das Nações Unidas e atendam um ou mais pontos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O projeto campeão se relaciona com o objetivo 6 do ODS, que tem como um dos pontos principais melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição.
Fundada pelo ativista Mundano, a ONG Pimp My Carroça comemora 10 anos de história este ano. Trabalhando junto aos setores público, privado e, principalmente, da sociedade civil, o projeto promove o reconhecimento nacional dos catadores de recicláveis, com intuito de melhorar suas condições de renda e trabalho, e abrir caminhos para um futuro sustentável.
Novos hábitos nas residências impulsionam a grande onda da reciclagem, indispensável na luta contra o aquecimento global. Que tal saber mais sobre isso na materia “O lixo que não é lixo” da revista Horizonte Geográfico? Clique aqui para ler.
E a ONG tem muito o que celebrar! Com ações diretas colaborativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, inovações tecnológicas de cunho social e intervenções artísticas, o número de atendimentos à catadores e catadoras chega a 10 mil, com envolvimento direto de mais de 20 mil pessoas em 60 cidades e 20 países, entre eles Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Hong Kong.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita em 2018, estima-se que, atualmente, haja mais de um milhão de catadores em atividade no Brasil, responsáveis por 90% da coleta de resíduos recicláveis do país, com uma renda média mensal de R$ 690,00. Suas carroças carregam até 600 quilos de material. Dados obtidos em 2019 pelo Cataki apontam um crescimento de 60% na renda dos catadores impactados pelo projeto.
A exposição multimídia RECICLARTE – Arte da Reciclagem contou a história dos valiosos trabalhadores da reciclagem. Em seus painéis, traz ensaios fotográficos nos quais são retratados personagens que participam da cadeia produtiva da reciclagem, desde o descarte consciente de resíduos sólidos até a volta dos materiais como produtos reciclados. As imagens resgatam a dignidade desse trabalho anônimo que gera riqueza a partir daquilo que se joga fora. Clique aqui para ver os belíssimos painéis e um pouco mais sobre a exposição.
A ONG Pimp My Carroça ficou conhecida por realizar encontros e atividades para reforma e pinturas artísticas nas carroças. Mas além disso ela tem projetos de construção de carroças elétricas; fomenta a autoestima dos trabalhadores por meio de atividades de formação e cultura, além de proporcionar atendimento em saúde, bem-estar e segurança.
Devido às suas iniciativas, o Pimp My Carroça foi vencedor de mais de 10 prêmios voltados à sustentabilidade e inovação ao longo dos últimos anos. Em suas ações, o Pimp My Carroça segue capilarizando em novos territórios e promovendo mudanças reais para catadoras e catadores de materiais recicláveis.
“O Brasil precisa dos catadores para conseguir reduzir CO2 do meio ambiente”, destaca Mundano, fundador do movimento. “É preciso atitudes do tamanho do desafio, e é urgente investirmos em soluções efetivas e inclusivas em todo território nacional se quiserem fazer sustentabilidade na prática, cumprir metas ESG e acordos ambientais globais. A gente acredita que todos nós somos parte do problema e da solução”, complementa o ativista.
Quer conhecer as histórias por trás da reciclagem? Confira abaixo o vídeo making off da exposição A Arte da Reciclagem