O Brasil atingiu o índice de 98,7% de reciclagem das latinhas de alumínio, em 2021. É o maior índice da história da reciclagem brasileira, desde 1990, quando o indicador começou a ser mapeado. Segundo o relatório da Recicla Latas, 409,2 mil toneladas, de um total de 414,5 mil deste resíduo, passaram pelo processo de reciclagem.
Em comparação a 2020, o crescimento foi de 1,4%, quando o índice marcava 97,4% das latas de alumínio recicladas. Nesse período, foram comercializadas 402,2 mil toneladas e 391,5 mil foram recuperadas. Em 2019, o patamar ficou em 97,6%, sendo que foram vendidas 375,7 mil toneladas e recicladas 366,8 mil toneladas.
“O fato do Brasil conseguir esse feito histórico com a reciclagem de latas de alumínio mostra como o sistema de logística reversa do Brasil nesse setor é sólido. Mesmo com a pandemia do coronavírus e todo o aumento de consumo que registramos, nossos números só crescem. Isso contribui, cada vez mais, para a preservação do meio ambiente, geração de emprego e renda para milhares de famílias envolvidas nesse processo”, destaca Eunice Lima, Presidente da Recicla Latas.
Os dados são do primeiro relatório anual de desempenho da Recicla Latas, entidade criada pelos fabricantes e recicladores de latinhas para aperfeiçoar o sistema de logística reversa das latas de alumínio no Brasil. A Recicla Latas criou um Termo de Compromisso, que foi entregue ao Ministério do Meio Ambiente no dia 31 de março.
Consumo da população também cresce
Com as mudanças de comportamento causadas pela pandemia da Covid-19, o consumo de bebidas em latas aumentou pelo quinto ano seguido, com 5,2% mais vendas que em 2020. Nesse cenário, o Brasil já é considerado o terceiro maior mercado mundial de latas de alumínio para bebidas, atrás somente da China e dos Estados Unidos. Outro fator que colabora para essa posição é o crescimento das fábricas do setor.
Na fauna marinha, os efeitos negativos do lixo marinho são documentados em mais de 1.400 espécies. Diariamente, mais de 660 espécies são impactadas diretamente por resíduos, levando-as à morte por inanição e asfixia. Sabe-se que 90% das aves marinhas possuem fragmentos plásticos em seu estômago e que, no mínimo, mil tartarugas marinhas morrem todos os anos por ingestão de plástico ou emaranhamento de lixo.
Além disso, certa quantidade de microplástico é inevitavelmente absorvida por humanos ao se alimentarem de peixes, crustáceos e frutos do mar. Estudos recentes estimaram que, em média, os humanos podem ingerir 0,1–5g de microplásticos semanalmente por meio de várias vias de exposição, em um cenário global.
Levando em conta que a questão do lixo no mar é assunto trazido frequentemente pelos pescadores durante reuniões de conselhos e respectivas câmaras técnicas de pesca, a Fundação Florestal lançou um novo projeto Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o Mar Sem Lixo. O programa é voltado aos pescadores artesanais de arrasto de camarão, que capturam lixo acidentalmente durante a atividade pesqueira nas APAs Marinhas.
Nesta primeira fase, serão contemplados pescadores que atuam nos municípios de Cananeia, Itanhaém e Ubatuba, nas APAs Marinhas Litoral Sul, Litoral Centro e Litoral Norte, onde serão disponibilizados Pontos de Recebimento de Resíduos Retirados do Mar.
Com o PSA Mar Sem Lixo, será possível criar um mecanismo de incentivo à remoção de resíduos sólidos do ambiente marinho, por profissionais que frequentemente se esbarram com eles. Dentre os materiais frequentemente encontrados pelos pescadores estão sacolas de mercado, embalagens de produtos diversos, latas de bebidas, vidro, pneu e tecidos.
A iniciativa prevê pagamentos via cartão-alimentação, até R$ 600. O valor repassado dependerá do volume de lixo recolhido mensalmente pelos trabalhadores.
O Projeto PSA Mar Sem Lixo é uma iniciativa da Fundação Florestal em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, por meio da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) e Coordenadoria de Saneamento e com os municípios de Cananéia, Itanhaém e Ubatuba.
São parceiros o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA) vinculados à Sima, Colônias e Associações de pescadores e cooperativas de catadores.
Para saber mais, visite a página do PSA Mar Sem Lixo clicando aqui.
Um bloco de gelo de 1,2 mil km² se desprendeu da Antártida, nos últimos dias de março, pouco antes do registro de temperatura recorde no polo. Com os termômetros atingindo -11,5°C — muito acima da média para esta época — o momento do desprendimento da placa foi registrado por imagens de satélite.
Plataformas como a Conger, que se desprendeu recentemente, são extensões flutuantes das geleiras e têm papel fundamental para retardar o fluxo de gelo no oceano. Com o desprendimento de blocos de gelo, as geleiras fluem mais rapidamente para o oceano e com o passar do tempo e seu derretimento, colaboram com o aumento do nível do mar.
“Este é um dos eventos de colapso mais significativos em qualquer lugar na Antártida desde o início dos anos 2000, quando a plataforma de gelo Larsen B se desintegrou”, explica a cientista terrestre e planetária da NASA e da Instituição Oceanográfica Woods Hole, Dra. Catherine Colello Walker.
Plataformas de gelo tendem a perder gelo naturalmente, durante o período de aquecimento dos pólos, porém, em larga escala como aconteceu recentemente é algo incomum. Especialistas explicam que a plataforma Conger diminui gradualmente desde meados dos anos 2000, com aceleração no derretimento a partir de 2020.
Embora o colapso da plataforma Conger tenha um “pequeno impacto no nível do mar no futuro”, o colapso de blocos de gelo de gelo muito maiores no futuro terá um impacto negativo consideravelmente maior, de acordo com o chefe do Centro Australiano de Excelência em Ciência Antártica, professor Matt King.
“Veremos mais plataformas de gelo se romperem no futuro com o aquecimento climático”, disse King em entrevista ao jornal The Guardian. “Veremos enormes plataformas de gelo, muito maiores do que esta, se partirem – o suficiente para elevar seriamente o nível global do mar”, alerta Matt King.