Na fauna marinha, os efeitos negativos do lixo marinho são documentados em mais de 1.400 espécies. Diariamente, mais de 660 espécies são impactadas diretamente por resíduos, levando-as à morte por inanição e asfixia. Sabe-se que 90% das aves marinhas possuem fragmentos plásticos em seu estômago e que, no mínimo, mil tartarugas marinhas morrem todos os anos por ingestão de plástico ou emaranhamento de lixo.
Além disso, certa quantidade de microplástico é inevitavelmente absorvida por humanos ao se alimentarem de peixes, crustáceos e frutos do mar. Estudos recentes estimaram que, em média, os humanos podem ingerir 0,1–5g de microplásticos semanalmente por meio de várias vias de exposição, em um cenário global.
Levando em conta que a questão do lixo no mar é assunto trazido frequentemente pelos pescadores durante reuniões de conselhos e respectivas câmaras técnicas de pesca, a Fundação Florestal lançou um novo projeto Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o Mar Sem Lixo. O programa é voltado aos pescadores artesanais de arrasto de camarão, que capturam lixo acidentalmente durante a atividade pesqueira nas APAs Marinhas.
Nesta primeira fase, serão contemplados pescadores que atuam nos municípios de Cananeia, Itanhaém e Ubatuba, nas APAs Marinhas Litoral Sul, Litoral Centro e Litoral Norte, onde serão disponibilizados Pontos de Recebimento de Resíduos Retirados do Mar.
Com o PSA Mar Sem Lixo, será possível criar um mecanismo de incentivo à remoção de resíduos sólidos do ambiente marinho, por profissionais que frequentemente se esbarram com eles. Dentre os materiais frequentemente encontrados pelos pescadores estão sacolas de mercado, embalagens de produtos diversos, latas de bebidas, vidro, pneu e tecidos.
A iniciativa prevê pagamentos via cartão-alimentação, até R$ 600. O valor repassado dependerá do volume de lixo recolhido mensalmente pelos trabalhadores.
O Projeto PSA Mar Sem Lixo é uma iniciativa da Fundação Florestal em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, por meio da Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) e Coordenadoria de Saneamento e com os municípios de Cananéia, Itanhaém e Ubatuba.
São parceiros o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA) vinculados à Sima, Colônias e Associações de pescadores e cooperativas de catadores.
Para saber mais, visite a página do PSA Mar Sem Lixo clicando aqui.
O Programa Novo Rio Pinheiros anunciou os resultados das ações de despoluição do Rio, que acontecem desde 2019. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, houve uma melhora importante na oxigenação e na redução da matéria orgânica nas águas.
Dos 13 pontos de monitoramento do Rio Pinheiros, 11 já apresentaram o chamado DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) abaixo de 30 mg/l, quantidade mínima para que a água não tenha odor, melhore a turbidez e permita vida aquática.
Os pontos que registraram a melhor qualidade estão próximos às pontes Eusébio Matoso e Jaguaré, na Zona Oeste da capital paulista. Em seguida estão os trechos das pontes Cidade Universitária, Nova Morumbi e Socorro.
Há 3 anos, o governo estadual vem investindo em uma ação de saneamento básico para reduzir o esgoto lançado nos afluentes do Rio Pinheiros. Até o momento, cerca de 554 mil imóveis foram conectados à rede de esgoto, evitando que toda carga orgânica desses locais chegasse ao rio.
Com isso, as medições de esgoto doméstico que chegam por meio de afluentes ao Rio Pinheiros também tiveram redução de 45 para 26 toneladas/dia.
Ações de limpeza também fazem parte do Programa Novo Rio Pinheiros e já removeram mais de 62 mil toneladas de lixo entre garrafas pet, bicicletas, pneus e plásticos que são jogados nas águas de diversas formas. Ainda há o trabalho de desassoreamento que já removeu mais 687 mil m³ de sedimentos do fundo do rio.
Próximos passos
Em nova etapa do Programa Novo Rio Pinheiros estão sendo construídas unidades de recuperação da qualidade das águas que ajudarão a reduzir o esgoto que chega ao rio. Este esgoto vem principalmente de áreas informais e/ou locais onde não há viabilidade para passagem dos coletores de carga orgânica.
Serão cinco Unidades Recuperadoras (URs) instaladas próximo aos córregos: Jaguaré, Pirajussara, Antonico, Cachoeira e Água Espraiada. As obras devem ser concluídas até o segundo semestre de 2022 e irão retirar 1.560 litros de esgoto por segundo.