Cientistas do Centro de Estudos do Mar da UFPR registraram aumento de substâncias químicas relacionadas a uma maior atividade humana no continente, seja para turismo ou pesquisa, e ao aquecimento da superfície marinha.
Na Horizonte Geográfico nº 63, contamos a história da viagem de Amyr Klink ao continente. Percorrendo um caminho inédito pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, Amyr viveu grandes emoções e descobriu as maravilhas do continente. Clique aqui para ler a reportagem.
Mesmo sendo um dos menores continentes da Terra — seus 14 milhões de km² representam menos de 3% da superfície terrestre —, a Antártida é um dos poucos ambientes ainda preservados do mundo e, por isso, serve como sentinela para as demais regiões do planeta.
Daí o alerta embutido em estudos recentes, publicados por um grupo de pesquisadores da UFPR, que revelam o impacto da atividade humana na região da Baía do Almirantado, uma das mais movimentadas do continente antártico.
A consequência do aumento dessa interferência tem sido a ocorrência de elementos e substâncias associadas ao uso do petróleo e do descarte de esgoto.
A partir de amostras de sedimento marinho, coletadas pelos pesquisadores entre os anos 2000 e 2020, que refletem a variabilidade ambiental ao longo dos últimos 60 anos, os pesquisadores utilizaram três diferentes classes de biomarcadores químicos para evidenciar as possíveis mudanças ambientais que ocorreram naquele ambiente durante aquela escala de tempo.
Um dos elementos analisados foi o fósforo. Ele tem origem natural no ambiente antártico, estando relacionado às alterações físicas das rochas e aos solos — abundantes em material orgânico produzido por aves —, mas também está presente no esgoto.
Quando há atividade humana, há descarte de esgoto no ambiente e, consequentemente, os níveis de fósforo devem ser maiores do que os encontrados em períodos mais antigos, anteriores à presença frequente do homem na Antártida.
“Nossas amostras refletem períodos mais recentes e apontam valores mais altos de fósforo. Portanto, esse elemento pode ser usado para avaliar a transformação do ambiente marinho antártico nas condições de elevação de temperatura e de aumento de atividades humanas provenientes de pesquisa e de turismo”, explica César de Castro Martins, coordenador da pesquisa.
Os hidrocarbonetos alifáticos foram outra classe de biomarcadores investigada pela equipe. Essas substâncias podem ser encontradas em organismos marinhos e terrestres e também no petróleo.
“É um marcador orgânico capaz de refletir a utilização de combustíveis fósseis proveniente da atividade humana na Antártida”, afirma Martins.
A observação resultou em uma mistura de fontes que seriam a origem dos hidrocarbonetos alifáticos. Os pesquisadores entenderam que encontraram biomarcadores que retratam a variabilidade da produtividade marinha e o aporte continental, que pode ser resultado da mudança climática na região.
Os resultados foram publicados (em inglês) nas revistas científicas Marine Chemistry, Science of The Total Environment e Organic Geochemistry.
O Governo do Paraná acaba de lançar o projeto Jardins de Mel, que promove a criação de abelhas nativas sem ferrão, responsáveis pela polinização de cerca de 90% das plantas brasileiras. O foco é divulgar a importância e os benefícios dos serviços ecossistêmicos prestados pelos insetos, além de reintroduzir polinizadores nativos em seus locais de origem, pois muitos se encontram ameaçados de extinção.
Se você, ainda não conhece a importância das abelhas, te convidamos a ler o Especial Horizonte – A importância dos Polinizadores para a Agricultura, clicando aqui. Nele falamos sobre a arte da polinização, como as abelhas ajudam safras a renderem mais, maneiras de ajudar em sua preservação e muito mais!
As primeiras colmeias paranaenses foram implantadas no Chapéu Pensador, em Curitiba, como um piloto, mas futuramente serão implantadas em todas as áreas do projeto Parques Urbanos, também desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
Até o momento, são 17 municípios com convênios de Parques Urbanos e Poliniza assinados. Cada município deverá pensar em um espaço para receber o Poliniza Paraná, segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes.
A Sedest e a Prefeitura de Curitiba promoverão capacitações aos municípios que receberão o Poliniza Paraná. O objetivo é ensinar a fazer a manutenção das casinhas das abelhas e como trabalhar a educação ambiental com os insetos.
Poliniza Paraná
A reintrodução de abelhas nativas nos espaços é importante porque a polinização é o processo que garante a produção de frutos e sementes, além da reprodução de diversas plantas. Por isso, as abelhas se destacam na manutenção e promoção da biodiversidade.
Além disso, as abelhas auxiliam na produção de cerca de 90% dos alimentos no mundo e são de extrema importância para agricultura mundial, pois são responsáveis por polinizar cerca de 70% das plantas agrícolas.
Das 420 espécies de abelhas sem ferrão do mundo, 300 vivem no Brasil, e aproximadamente 38 no Paraná. Cerca de 100 espécies de meliponídeos que ocorrem no Brasil se encontram em risco de extinção, e isso se deve ao desmatamento, à poluição e às mudanças climáticas.
O Poliniza Paraná também é um dos meios de se alcançar as metas definidas nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).
O projeto terá investimento inicial de cerca de R$ 7 mil, com recursos da Sedest, para a instalação das caixas, placas e colmeia. Pela cooperação, a prefeitura ficará responsável pela manutenção, por meio de limpeza e conservação das caixas.
Entre as espécies disponibilizadas no projeto para o Chapéu do Pensador, por exemplo, estão a Guaraipo, que está na lista de espécies ameaçadas de extinção; Jataí; Mandaçaia; Mirim e Manduri. O mel produzido pelas abelhas não será comercializado.
O arquipélago d’As ilhas Galápagos está localizado no Oceano Pacífico e é considerado um dos destinos mais procurados do mundo para observação de vida selvagem. Isso porque, essa província equatoriana abriga várias espécies de plantas e animais, muitas não encontradas em outros lugares do mundo e foi a base de estudo de Charles Darwin, 1835, onde desenvolveu a Teoria da Evolução.
E uma boa notícia chegou recentemente ao local, a Reserva Marinha de Galápagos terá a sua área de proteção ampliada em 23 mil milhas quadradas, o equivalente a mais de 60 mil quilômetros quadrados de oceano entre Galápagos e a Costa Rica.
O decreto foi divulgado pelo governo do Equador em janeiro e eleva a área total de proteção para 198 mil km² de habitat marinho. Dentro desta área, foi criada uma nova reserva marinha, a Hermandad. Ela possui cerca de 30 mil km² e em toda sua extensão a remoção de plantas e animais é estritamente proibida.
A reserva oferecerá proteção a espécies residentes e migratórias ameaçadas, incluindo tubarões, baleias, tartarugas marinhas e raias manta.
“Esta área tem uma das mais ricas concentrações de biodiversidade do planeta, incluindo uma ampla gama de espécies migratórias, portanto, ao garantir esta nova área protegida, uma grande vulnerabilidade para a fauna marinha que anteriormente era um paraíso para a pesca industrial, incluindo a pesca de barbatanas de tubarão”, explica Washington Tapia, diretor de conservação da Galápagos Conservancy.
União pela conservação
Os líderes da Costa Rica, Panamá e Colômbia anunciaram estes países vão se unir ao Equador para expandir e conectar suas atuais áreas marinhas protegidas. A expansão protegerá os animais marinhos que percorrem a super estrada migratória até a Ilha dos Cocos, na Costa Rica.
Na última segunda-feira (31), foi comemorado o Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), um dos tipos de unidades de conservação (UCs) que contribuem para a preservação da biodiversidade no país.
De acordo com dados da Confederação Nacional de RPPNs, existem atualmente 1.741 reservas dessa categoria no território nacional, totalizando cerca de 811 mil hectares. Tal área é equivalente à soma territorial de todas as capitais brasileiras (803 mil hectares) ou oito São Paulo (SP), 25 Belo Horizonte (MG), 19 Curitiba (PR) e 31 Salvador (BA). O bioma com mais RPPNs é a Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado e a Caatinga.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre uma reserva, na revista Horizonte Geográfico, nº 160, visitamos o Legado das Águas, na reportagem A Mata Atlântica Resiste. Nela mostramos um pouco desse novo conceito de proteção, a biodiversidade e as atrações do local, clique aqui para ler.
As RPPNs são unidades de conservação reconhecidas pelo poder público e instituídas por iniciativa voluntária dos proprietários, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, que decidem se engajar efetivamente nos esforços de conservação da natureza no Brasil.
Quais os benefícios em se criar uma RPPN?
- Direito de propriedade preservado;
- Isenção do ITR referente à área criada como RPPN;
- Prioridade na análise dos projetos pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do MMA;
- Preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola junto às instituições oficiais, para projetos a serem implementados em propriedades que contiverem RPPN em seu perímetro;
- Possibilidades de cooperação com entidades privadas e públicas na proteção, gestão e manejo da Unidade.