Em 2022, o Brasil reciclou 100% das latinhas de alumínio, superando 390 mil toneladas do
material com o destino correto – as 31,85 bilhões de unidades comercializadas no ano
foram recicladas. A embalagem é um exemplo de como podemos substituir garrafas
plásticas, de vidro e até mesmo embalagens fora do setor alimentício, por uma versão mais
sustentável, já que a alumínio pode ser infinitamente reciclado sem perder suas
características e a cadeia de reciclagem está consolidada no Brasil.
Para tirar qualquer dúvida que ainda possa existir sobre a reciclagem do alumínio, usado
em latinhas e diversos outros itens, trouxemos uma lista de mitos e verdades que envolve o
processo e suas vantagens.
Mitos e verdades sobre a reciclagem de alumínio
1. O alumínio reciclado não representa uma quantidade relevante e a demanda pelas
latinhas só favorece a extração de alumínio primário?
MITO
O alumínio reciclado desempenha um papel importante na indústria do alumínio e contribui
significativamente para a redução da demanda por alumínio primário, além de ter um preço
mais atrativo para as empresas. Isso, somado à qualidade do alumínio e sua possibilidade
infinita de reciclagem sem nenhum tipo de perda de suas propriedades, explica o fato de
que 75% de todo o alumínio já produzido no mundo ainda está em circulação.
2. O processo de reciclagem da lata apresenta diversos benefícios ambientais
significativos?
VERDADE
A reciclagem da lata consome muito menos energia do que a produção de alumínio
primário, 95% a menos para ser mais exato, o que resulta em uma menor emissão de gases
de efeito estufa. Com a mais recente taxa de reciclagem da latinha no Brasil – o marco
histórico de 100% de reciclagem em 2022 –, o país evitou a emissão de 1,8 milhões de
toneladas de gases de efeito estufa!
Além disso, a reciclagem de alumínio economiza recursos naturais, reduz a quantidade de
resíduos e ajuda a preservar as reservas de bauxita, que é a principal fonte de alumínio
primário.
3.Toda lata retorna como lata depois da reciclagem?
MITO
Esse mito não representa algo negativo: como o alumínio não perde propriedades durante o
processo de reciclagem, é comum que uma chapa do material reciclado se destine para
fabricação de peças para eletrônicos ou carros elétricos, por exemplo. Inclusive o alumínio
nesses produtos pode se tornar uma lata de novo no futuro. Legal não?
4. A lata de alumínio é reciclável, mas não é tão reciclada?
MITO
Hoje, a lata de alumínio é conhecida por ser a embalagem mais amiga do meio ambiente, por ser 100% e infinitamente reciclável – ou seja, o processo de reciclagem não altera propriedades do material, o que permite que o alumínio não sofra downcycling, nome dado a um material que perde qualidade no processo de reciclagem e só pode ser utilizado em produtos de menor valor agregado, o que acontece com outras embalagens.
O ciclo de vida da lata ainda é um exemplo de avanço a curto prazo, já que é de somente 60 dias. Na prática, se hoje uma lata sai dos comércios, é consumida e descartada corretamente, em cerca de dois meses, ela voltará para as prateleiras como uma nova lata.
De qualquer maneira, empresas deste setor têm se esforçado para fazer com que a quantidade de alumínio reciclado só aumente.
5. A lata de alumínio ajuda a incrementar a renda de cerca de um milhão de famílias?
VERDADE
Por ter um preço mais atrativo, o alumínio é um dos materiais favoritos dos catadores –
entre 2005 e 2021, foram mais de 20 bilhões de reais gerados de renda adicional para
esses campeões da economia circular, segundo a Abralatas.
6. Latas de alumínio afetam o sabor das bebidas?
MITO
Na verdade, as latas de alumínio são revestidas internamente com uma resina aprovada
pela ANVISA para proteger o líquido e garantir que não haja interação entre o alumínio e o
produto. Portanto, o sabor não é afetado pelo alumínio, e o envase ainda oferece uma
proteção para que o gosto da bebida não seja alterado pela incidência de raios UV.
O Brasil atingiu o índice de 98,7% de reciclagem das latinhas de alumínio, em 2021. É o maior índice da história da reciclagem brasileira, desde 1990, quando o indicador começou a ser mapeado. Segundo o relatório da Recicla Latas, 409,2 mil toneladas, de um total de 414,5 mil deste resíduo, passaram pelo processo de reciclagem.
Em comparação a 2020, o crescimento foi de 1,4%, quando o índice marcava 97,4% das latas de alumínio recicladas. Nesse período, foram comercializadas 402,2 mil toneladas e 391,5 mil foram recuperadas. Em 2019, o patamar ficou em 97,6%, sendo que foram vendidas 375,7 mil toneladas e recicladas 366,8 mil toneladas.
“O fato do Brasil conseguir esse feito histórico com a reciclagem de latas de alumínio mostra como o sistema de logística reversa do Brasil nesse setor é sólido. Mesmo com a pandemia do coronavírus e todo o aumento de consumo que registramos, nossos números só crescem. Isso contribui, cada vez mais, para a preservação do meio ambiente, geração de emprego e renda para milhares de famílias envolvidas nesse processo”, destaca Eunice Lima, Presidente da Recicla Latas.
Os dados são do primeiro relatório anual de desempenho da Recicla Latas, entidade criada pelos fabricantes e recicladores de latinhas para aperfeiçoar o sistema de logística reversa das latas de alumínio no Brasil. A Recicla Latas criou um Termo de Compromisso, que foi entregue ao Ministério do Meio Ambiente no dia 31 de março.
Consumo da população também cresce
Com as mudanças de comportamento causadas pela pandemia da Covid-19, o consumo de bebidas em latas aumentou pelo quinto ano seguido, com 5,2% mais vendas que em 2020. Nesse cenário, o Brasil já é considerado o terceiro maior mercado mundial de latas de alumínio para bebidas, atrás somente da China e dos Estados Unidos. Outro fator que colabora para essa posição é o crescimento das fábricas do setor.