por Peter Milko
Um pouco de reflexão sobre o papel dos professores na nossa vida faz bem. Lembro que minha primeira paixão escolar foi por História e Química, culpa das professoras Zilda e Lucy, que souberam prender minha atenção e me entusiasmar pelo assunto. Depois, as aulas espetaculares de biogeografia do professor Vanzolini e de construção da paisagem de Aziz Ab´Saber na USP me transformaram, por que finalmente comecei a entender como funcionam os processos naturais que movem o planeta.
Professores inspiram, desafiam, acolhem, ensinam e ajudam a decidir os caminhos da vida. São um dos pilares mais importantes para qualquer sociedade que deseja um futuro melhor. Basta ver exemplos como os da Finlândia e Coréia do Sul, que investiram maciçamente na educação e alcançaram invejáveis índices de qualidade de vida.
Aqui no Brasil temos um longo caminho a percorrer na valorização dos professores. Temos avanços, muito tímidos ainda, perto da escancarada defasagem de aprendizado que os indicadores informam. Quando a prova internacional PISA mostra que apenas 2% dos estudantes brasileiros com 15 anos consegue diferenciar fatos de opiniões, o sinal de alerta está evidente.
Nosso trabalho na Horizonte tem sido focar a maior parte dos esforços na qualificação dos professores, para que eles aprimorem as técnicas de manter a atenção de seus alunos, e assim, os inspirem a escolher seus caminhos de vida. Esse ano atuamos nessa direção com 634 docentes de 24 cidades, que impactaram diretamente 18.290 estudantes (*). Trata-se de uma gota no oceano, em um setor que precisa de muito mais apoio do Governo e da sociedade.
Nessa semana, vale reforçar nosso respeito e admiração por esses profissionais que inspiram jovens: os professores!
(*) Para conhecer os projetos em que estamos envolvidos esse ano, acesse:
por Peter Milko (diretor geral da Horizonte Educação e Comunicação)
Milhares de escolas de 220 municípios do Estado do Paraná acabam de receber essa semana mais um lote do kit de orientação pedagógica “Combate ao Trabalho Infantil”, produzido pela Horizonte, em uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho.
O dia 12 de junho foi escolhido para chamar a atenção para essa pauta que poucos estão atentos, mas que acontece em todas as cidades brasileiras. São pelo menos 2,7 milhões de meninos e meninas, de 5 a 17 anos, trabalhando irregularmente no Brasil. Isso é equivalente a 35 estádios do Maracanã lotados. Sabe aquele garoto de 11 anos que vende balas no farol? Aquela menina 13 anos que serve adultos num bar? Está provado que o trabalho infantil prejudica a saúde física e emocional de crianças e adolescentes e também gera atraso no país. São milhares de pessoas privadas de educação plena, de crescimento saudável e de uma vida profissional promissora.
Para auxiliar nesse combate a Horizonte foi chamada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para desenvolver kits educacionais que mostrassem os detalhes desse tema delicado para professores e alunos de escolas públicas brasileiras. O conteúdo foi elaborado por uma série de especialistas e pelas procuradoras especializadas em infância do MPT. Você pode conferir o resultado clicando aqui.
Somando as entregas anteriores ao lote distribuído essa semana no Paraná, já atingimos 34 mil professores e pelo menos 1 milhão de alunos, de Roraima ao Rio Grande Sul. Para conhecer o conteúdo do kit educacional.
Para levar essa preocupação para o público geral, o MPT está circulando nas redes sociais um vídeo de sensibilização com os conteúdo elaborados pela Horizonte. Vale assistir clicando aqui.
Além dele, que traz informações valiosas sobre o assunto, fazem parte desse kit educacional gibis, pôsteres e jogos de tabuleiro para usar em sala. Conheça o material, planeje suas aulas de acordo com a faixa etária e o nível de seus alunos e bom trabalho!
Frio cortante em pleno equador, solo encharcado, ar rarefeito vegetação repleta de orquídeas, plantas carnívoras e bromélias, nenhum animal afora as araras vermelhas e alguns colibris, tudo isso a três mil metros de altitude. Assim é a região mais próxima ao Pico da Neblina, fronteira entre o Brasil e a Venezuela e ponto mais alto do território brasileiro.
A revista Horizonte Geográfico visitou a região em duas expedições. A primeira, Pico da Neblina – O teto do Brasil, de caráter cientifico em 1992,(clique aqui para ler a reportagem completa); ee a segunda, Fronteiras da Amazônia – Paisagem na Neblina, em 2000 quando o alpinista Waldemar Niclevitz levou a bandeira do país da Horizonte ao pico, nas comemorações dos 500 da descoberta do Brasil (clique aqui para ler a reportagem completa); e agora pode ser a sua vez!
Com seu plano de visitação aprovado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os Yanomami comemoram a reabertura do Pico da Neblina para a visitação pública.
O projeto Yaripo, como os Yanomami chamam o Pico da Neblina, que significa a “Montanha do Vento”, vem sendo discutido desde 2015 pela Ayrca com os parceiros do Instituto Socioambiental (ISA), Funai, ICMBio, Exército e Secretaria de Turismo de São Gabriel da Cachoeira (AM).
Situado dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina em sobreposição à Terra Indígena Yanomami na parte do Amazonas, o Yaripo é o ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude.
Depois de várias etapas para a construção do plano de visitação, foram realizadas melhorias de infraestrutura na trilha e na comunidade, e firmadas parcerias comerciais com operadoras de turismo.
A reabertura da visitação estava prevista para acontecer em abril de 2020, mas com a chegada da pandemia de Covid-19 foi necessário aguardar o avanço da vacinação.
Primeira expedição ao Pico da Neblina
Dia 23 de janeiro sairá a primeira viagem que marcará a reabertura do Pico da Neblina ao público, após mais de cinco anos fechado.
O tempo total da viagem é estimado em 15 dias, dos quais 8 dias são para subir e descer do Pico da Neblina até a comunidade de Maturacá, na TI Yanomami. A subida não requer conhecimento específico de montanhismo ou técnicas de escalada e no ataque ao cume final foram instalados degraus para segurança dos visitantes.
A viagem, no entanto, requer ótimo preparo físico, pois, além da altitude, a trilha é bastante irregular e está numa região de calor intenso, muita umidade com chuvas frequentes, insetos e também frio durante a noite, em especial na parte mais alta do percurso.
O turista terá a oportunidade de penetrar na floresta amazônica e atingir o ponto mais alto do Brasil sendo guiado pelos Yanomami.
Com sorte avistará animais silvestres, encontrará pássaros e plantas exclusivos daquela região, e poderá aprender palavras e cantos dos yanomami, além de ouvir suas histórias.
Os Yanomami trabalham no projeto como coordenadores do empreendimento, barqueiros, artesãos, cozinheiros, guias, serviços gerais e carregadores.
O ecoturismo ao Pico da Neblina é visto como uma alternativa de renda importante para a comunidade, ameaçada pelo garimpo ilegal. Além do pagamento aos Yanomami envolvidos no projeto de ecoturismo, parte da renda será revertida a um fundo comunitário para benefício de toda a comunidade de Maturacá.