Já imaginou ver um momento de carinho entre moscas ou uma libélula azul se refrescando? O concurso amador de fotografia Insect Week, da Royal Entomological Society, trouxe essas e outras situações visualmente incríveis dos insetos.
A competição amadora anual recebeu mais de 700 registros de 34 países — e um total de 24 imagens foram premiadas.
A foto de um casal de moscas (Eutolmus rufibarbis) acasalando, intitulada It Takes Two (São necessários dois), de autorida de Pete Burford, de Shrewsbury, no Reino Unido, foi a vencedora geral do concurso. Burford conta que começou a se aventurar no mundo da macrofotografia durante o lockdown imposto pela pandemia de covid-19 e agora publica seu trabalho no Instagram e no TikTok.
Já na categoria Sub-18 o vencedor foi Gustav Parenmark, de 16 anos, da Suécia, com a foto de uma libelinha de cauda azul, intitulada Fresh Out Of The Shower.
Confira outras fotos do concurso amador de fotografia de insetos
Mariposa-esfinge-colibri — Foto: Marc Brouwer
Abelha (Bombus terrestris) em pleno voo — Foto: Raymond J Cannon
Borboleta (Anthocharis cardamines) iluminada pelo Sol da tarde — Foto: Sarah Perkins
Grilo (Saga hellenica) foi tirada – Foto: Panagiotis Dalagiorgos
Esta linda formiga (Euroleon nostras) foi encontrada tarde da noite após uma tempestad’ – Foto: Dennis Teichert
Besouro (Cicindela sexguttata) – Foto: Benjamin Salb
Aphaenogaster iberica – Foto: Ángel Plata
Tug of War (‘Cabo de Guerra’) — Foto: Gustav Parenmark
Reduzida a fragmentos de sua cobertura vegetal original, a Mata Atlântica ainda é capaz de surpreender pesquisadores, como mostra a recente descoberta de duas novas espécies de árvores frutíferas no bioma.
A poucos quilômetros da metrópole do Rio de Janeiro, dentro de áreas protegidas nos municípios de Niterói e Maricá, foram descobertas a uvaia-pitanga (Eugenia delicata) e a cereja-amarela-de-niterói (Eugenia superba). Com baixo número de indivíduos e ocorrências restritas, as duas espécies já podem ser consideradas sob risco de extinção, como alertam os cientistas.
As descobertas são resultados da pesquisa realizada por um time de sete cientistas do Jardim do Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade Federal do Ceará (UFCE).
O estudo começou a partir de coleções botânicas anteriores, onde duas amostras em particular chamaram a atenção dos pesquisadores. Apenas com as amostras, entretanto, não havia material suficiente para chegar a conclusão se se tratavam de espécies desconhecidas ou não. Então, foi organizado um esforço colaborativo em busca das peças que faltavam nesse mistério. As idas a campo compensaram e resultaram na descrição de duas novas espécies de árvores frutíferas para a Mata Atlântica fluminense.
Para enfrentar os riscos que circundam as espécies recém-descobertas, os botânicos apostam nos seus frutos comestíveis e suas belas flores para incentivar que as árvores sejam usadas para fins ornamentais e frutíferas e, com isso, promover também sua conservação.
Uvaia-pitanga
Com troncos de cerca de 12 metros de altura, a uvaia-pitanga chama atenção com seus frutos alaranjados e suculentos que aparecem entre setembro e janeiro, de sabor azedo e aromático. Já a floração, que ocorre entre maio e setembro, desabrocha delicadas pétalas brancas e filamentos coroados por pontos alaranjados.
Cereja-amarela-de-niterói
De frutos de cor amarelada, que amadurecem a partir de dezembro, a cereja-amarela-de-niterói apresenta flores grandes com pétalas verdes e grossas. A árvore apresenta um tronco avermelhado de 15 metros de altura e encantou tanto os pesquisadores que, em seu batismo científico, “superbus”, fazem uma referência ao aspecto soberbo da árvore e do local onde foi encontrada, cercada por outras grandes árvores.
“Embora a espécie ocorra apenas dentro de áreas protegidas, espera-se que a qualidade de seu habitat diminua continuamente devido aos efeitos da fragmentação, crescimento urbano e fogo”, alertam no artigo. Por isso, a cereja-amarela-de-niterói deve ser considerada Criticamente Em Perigo, o grau mais crítico de ameaça de extinção, sugerem os pesquisadores.
Alcançar o pleno acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto é um dos principais desafios dos municípios brasileiros. Para entender e aprofundar esse cenário, o Instituto Trata Brasil lançou o 15ª Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil.
O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades. De acordo com os estudos, a falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas. Além disso, cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população que diariamente sofrem, hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.
O país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Para auxiliar comunidades e conscientizar a população sobre o uso da água e a importância do saneamento, a Horizonte desenvolve projetos sociais alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em parceria com empresas, instituições de ensino e outros representantes locais.
Melhores e piores cidades em saneamento
Nesta edição, o ranking destaca os municípios que variaram mais de dez posições, de forma positiva ou negativa, em relação ao ranking de 2022. Entre os municípios com variação positiva estão: Cuiabá, Niterói, Vila Velha, Vitória e Sorocaba. Por outro lado, Belo Horizonte e Anápolis foram as cidades que apresentaram variação negativa no relatório.
No caso da capital mineira, o principal indicador que demonstrou piora foi no de ligações de água, sofrendo uma redução de 53,65 pontos percentuais. Além disso, piorou todos os três indicadores de perdas de água. Já em Anápolis (GO) houve leve piora nos indicadores total e urbano de atendimento de água.
O estudo evidencia que a configuração do grupo de melhores e piores nos indicadores de saneamento continua semelhante. Dos 20 melhores municípios do Ranking de 2023, oito são do estado de São Paulo, seis do Paraná, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro, um do Tocantins, um da Paraíba, um da Bahia e de Brasília, no Distrito Federal.
Ainda em relação aos melhores casos, houve uma surpresa positiva: pela primeira vez na história do Ranking do Saneamento, um município obteve nota máxima em todas as dimensões analisadas. Trata-se de São José do Rio Preto (SP) – a cidade paulista apresentou os indicadores dos serviços básicos alinhados com as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento.
Dentre os 20 piores municípios do Ranking de 2023, destaca-se que quatro são do estado do Pará, quatro do Rio de Janeiro, e dois do Rio Grande do Sul. Do restante, quatro pertencem à macrorregião Norte, quatro situam-se na macrorregião Nordeste, um na região Centro-Oeste, e outro na região Sudeste.
Veja abaixo os 20 melhores municípios
- São José do Rio Preto (SP)
- Santos (SP)
- Uberlândia (MG)
- Niterói (RJ)
- Limeira (SP)
- Piracicaba (SP)
- São Paulo (SP)
- São José dos Pinhais (PR)
- Franca (SP)
- Cascavel (PR)
- Ponta Grossa (PR)
- Sorocaba (SP)
- Suzano (SP)
- Maringá (PR)
- Curitiba (PR)
- Palmas (TO)
- Campina Grande (PB)
- Vitória da Conquista (BA)
- Londrina (PR)
- Brasília (DF)
Veja abaixo os 20 piores municípios
- Macapá (AP)
- Marabá (PA)
- Porto Velho (RO)
- Santarém (PA)
- São Gonçalo (RJ)
- Belém (PA)
- Rio Branco (AC)
- Maceió (AL)
- Várzea Grande (MT)
- Ananindeua (PA)
- Duque de Caxias (RJ)
- São João de Meriti (RJ)
- Gravataí (RS)
- Jaboatão dos Guararapes (PE)
- São Luís (MA)
- Belford Roxo (RJ)
- Pelotas (RS)
- Manaus (AM)
- Cariacica (ES)
- Caucaia (CE)
A tabela completa com os 100 municípios do ranking pode ser acessada pelo site do Instituto Trata Brasil e o relatório completo da edição 2023 você pode ler aqui.
Por que somos campeões mundiais de chuva por Peter Milko* Nesse mês que comemoramos o Dia Mundial da Água, vale refletir sobre o papel da Amazônia na circulação de água do continente sulamericano.
Já fazem décadas que se sabe que a evaporação na Amazônia e a transpiração da floresta criam enorme quantidade de umidade na atmosfera. Essa água armazenada nas nuvens, batizada como “rios voadores”, é empurrada pelos ventos para oeste, até a Cordilheira dos Andes, onde faz uma curva e segue para o centro do continente, tornando-se responsável por grande parte das chuvas que caem no centroeste e sudeste do Brasil (clique aqui para ver a animação).
O desmatamento na Amazônia influi diretamente nesse processo. É fácil compreender que se retirarmos a floresta em proporção significativa, esse processo de evaporação e transpiração fica bem menor, os rios voadores carregam menos umidade e as chuvas vão diminuir: vamos deixar de ser campeões mundiais de chuva!
As consequências disso são bem fáceis de prever: menos produção agrícola, menos geração de energia pelas hidroelétricas, falta de água potável nas cidades. Será que alguém quer que isso aconteça?
Portanto, quando você observar os esforços para acabar com o desmatamento da Amazônia, lembre-se que isso é do seu interesse: caso contrário, vai faltar água, comida e energia.
Texto por Peter Milko (Diretor geral da Horizonte Educação & Comunicação.)
Esse artigo é uma homenagem à memória de Gerard Moss, explorador, piloto, escritor e ambientalista suíço-brasileiro que percorreu os ares do Brasil a bordo de seus aviões monomotores, auxiliando nas pesquisas que confirmaram o mecanismo dos rios voadores na América Latina. Ele faleceu há um ano, em 16 de março de 2022. Para saber mais do seu importante trabalho relacionado com os rios voadores clique aqui.
De 2008 a 2017, a presença da carne aumentou 12% no prato dos brasileiros de todas as faixas de renda. Por isso, o consumo deste alimento contribui com 86% da pegada de carbono da dieta, um indicador de emissão de carbono na atmosfera. Os dados são da análise de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) publicada no periódico científico “Environment, Development and Sustainability”.
O estudo foi realizado a partir da análise da Pesquisa de Orçamento Familiar, nos anos 2008 e 2017, que divulgou informações sobre consumo individual e também do preço dos alimentos. “Juntar informações sobre consumo e preço dos alimentos não é muito comum na literatura científica. Essa é uma inovação do artigo”, explica Aline Martins de Carvalho, docente da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Nele são especificadas as características do consumo de acordo com cada tipo de carne. Entre todos os grupos, o consumo de peixe reduziu 23%; de porco aumentou 78%; frango, 36%; e a carne bovina não apresentou mudanças expressivas no consumo no período analisado, apesar de ser a carne mais consumida pelo brasileiro.
A partir de um recorte de renda, os pesquisadores constataram que as famílias mais pobres, com menos de meio salário mínimo por pessoa, não aumentaram o consumo total de carne no período analisado. Este grupo reduziu o consumo de peixe, mas as refeições com frango e porco aumentaram. Dessa forma, seu impacto ambiental foi menor que os demais grupos. Entretanto, isso pode ter se dado pelo preço, acesso e aspectos sociais envolvidos no consumo de carne.
De acordo com Carvalho, o consumo da carne em altas quantidades impacta o meio-ambiente e a saúde das pessoas, aumentando o risco de quadros de câncer de intestino, hipertensão, diabetes e obesidade.
Ou seja, reduzir o seu consumo é uma saída importante, mas não é a única para melhorar a saúde das pessoas e do planeta. “Também é preciso verificar relações de preço, acesso, cultura, consumo e sustentabilidade nos diferentes grupos econômicos”, recomenda a pesquisadora.
Além disso, a nutricionista reforça a importância de discutir os impactos do consumo de carne com a população por meio das políticas públicas. “É necessária também uma abordagem inter e transdisciplinar para investigar as variações do consumo de carne no Brasil, com foco nos valores e na intencionalidade dos sujeitos”, conclui a autora do artigo.
Se na região amazônica, original da espécie, programas de manejo são feitos para retirar o Pirarucu da lista de espécies ameaçadas de extinção, longe dali esse tipo de peixe tem se tornado cada vez mais comum.
Segundo Rogerio Machado, ecólogo e analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (CEPTA), órgão ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o rompimento de tanques de piscicultura de criadouros particulares, há quase 14 anos, possibilitou que os primeiros peixes da espécie pirarucu tivessem acesso ao rio Grande, entre as Usinas Hidrelétricas de Água Vermelha e de Marimbondo.
Segundo especialistas, a espécie encontrou no trecho do rio um ecossistema muito parecido com seu habitat natural na Amazônia, principalmente por conta das águas sem correnteza.
“Os rios dessa região estão muito modificados e para pior. Assim, enquanto as espécies nativas demonstram ser mais sensíveis a essas alterações e por isso estão em declínio; as espécies não nativas, como o pirarucu, são mais resistentes, não demonstram muitas exigências e conseguem aproveitar os poucos recursos que ainda existem”, explica Lilian Casatti, pesquisadora do Laboratório de Ictiologia da Unesp.
Os primeiros pirarucus foram avistados na região em 2010. Porém, foi apenas em 2015 que pesquisadores conseguiram fazer o primeiro registro científico da introdução da espécie no local.
A introdução de uma espécie não nativa que se alimenta de outros animais aquáticos é a grande preocupação dos pesquisadores que estudam os impactos da reprodução do pirarucu no rio Grande.
“Estamos falando de uma espécie predadora de topo de cadeia alimentar, e um animal de grande porte, que consome outras espécies de peixes de menor porte”, apontou Igor Paiva Ramos, pesquisador da Unesp de Ilha Solteira.
Estudos apontam que, até o momento, o pirarucu apenas habita o trecho entre a Usina Hidrelétrica de Marimbondo e da Usina Hidrelétrica de Água Vermelha – duas barragens construídas na década de 1970 para a produção de eletricidade – que corresponde a uma distância de aproximadamente 120 quilômetros em que o rio Grande divide os territórios de São Paulo e Minas Gerais.
Contudo, o receio é que nos próximos anos a espécie ganhe os afluentes do rio Grande e comprometa as relações ecológicas de outros rios do interior de São Paulo.
“Talvez daqui 15 anos, as próprias espécies nativas mostrem os primeiros sinais de adaptação de vivência com o pirarucu no rio Grande, mas até lá é necessário um manejo e controle do número de exemplares”, afirma o ecólogo Rogerio Machado.
Estímulo à pesca, manejo da espécie e novas pesquisas científicas são apontados por especialistas como possíveis soluções para remediar os problemas que o pirarucu pode gerar no rio Grande nos próximos anos.
O prêmio de fotografia da ONG ‘The Nature Conservancy’ anunciou os vencedores da edição 2022, elegendo imagens que retratam desde a luta pela sobrevivência no mundo animal até eventos extremos do clima.
A competição deste ano teve a maior participação global desde o início da premiação, com inscrições de 196 países em seis categorias diferentes.
Com mais de 100 mil fotos inscritas, a vencedora do concurso foi tirada com um drone, em uma estrada solitária no Tibete. O registro do fotógrafo Li Ping, na China, só foi possível porque ele dormiu em um estacionamento à beira da estrada durante a noite para conseguir capturar a cena logo ao raiar do dia.
Três brasileiros estão entre os inscritos no The Nature Conservancy e, apesar de não terem sido vencedores, suas imagens ganharam menções honrosas. Os prêmios vão desde um ingresso para a Corrida da Extreme E, no Uruguai, a um kit de câmera no valor de US$ 5 mil.
“A diversidade de imagens de todo o mundo deu um vislumbre do nosso frágil planeta e de toda a vida que o habita. O concurso em si foi uma odisseia hipnotizante e ficamos com uma mensagem profunda de como todos nós estamos interconectados e o que significa para nossa própria sobrevivência misturar-se com a selvageria. ” Ami Vitale, juiz convidado.
Vencedor do Grande Prêmio
Em ambos os lados de uma rodovia, ravinas formadas pela erosão da água da chuva se estendem como uma árvore no Tibete, uma região autônoma no sudoeste da China.
Vencedor eleito pelo juiz convidado
Um leopardo conhecido como Olimba carrega a carcaça de uma macaca vervet fêmea com seu bebê ainda pendurado para salvar a vida. A foto, tirada no Parque Nacional de South Luangwa na Zâmbia, recebeu o nome de “Um reino implacável”.
Pessoas e natureza
O brasileiro Giovani Cordioli recebeu uma menção honrosa pelo registro feito em uma praia em Cuba. “Eu estava na praia de Varadero, Cuba, quando vi essa enorme nuvem chegando, então corri para o quarto e trouxe minha câmera para capturá-la”, contou Giovani aos jurados.
E mais um brasileiro recebeu uma menção honrosa nesta categoria. Marcelo Paulo Silva fotografou a Praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, no primeiro dia após o lockdown das praias.
Clima
Um dos registros impressionantes da categoria “Clima” que recebeu menção honrosa foi do fotógrafo Jassen Todorov. De acordo com a descrição fornecida pelo evento, a foto mostra os tanques de águas residuais, que são necessários, mas perigosos.
“O vazamento ou a descarga deliberada de água inadequadamente tratada tem poluído os ecossistemas de água doce e salgada”, diz a publicação oficial das imagens.
Todas as fotos estão disponíveis clicando aqui
O ano ainda nem chegou ao fim, mas o número de queimadas na Amazônia já é maior do que os focos registrados em 2021. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 76.587 focos de incêndio até o dia 18 de setembro, enquanto em 2021 houve 75.090 focos de calor.
Desde maio, todos os meses aparecem com mais registros de queimadas do que na comparação com o ano passado. Os números também mostram que setembro intensificou essa marca negativa, já que foram 18.374 focos registrados em apenas uma semana, quase 10% a mais que em todo o mês de setembro de 2021.
E se engana quem pensa que isso afeta apenas quem mora na região. Além de impactar diretamente no aquecimento global e na criação dos rios voadores, fundamentais para as chuvas e o abastecimento de todo o país, em um dos dias da atual “temporada de queimadas”, a fumaça de incêndios na Amazônia cruzou o céu do Brasil deixando cheiro de queimado em partes de São Paulo e o céu nublado no Rio Grande do Sul.
Por se tratar de uma vegetação úmida, as queimadas na Amazônia são consequência da ação humana, diretamente ligada ao aumento do desmatamento na região. Em agosto, os alertas de desmate na Amazônia tiveram o segundo pior mês na série histórica, de acordo com o Inpe.
Este avanço das queimadas acontece apesar do Decreto Nº 11.100 que, desde o dia 23 de junho deste ano, proíbe o uso do fogo na Amazônia e Pantanal.
O Pará segue sendo o Estado recordista de queimadas, com 24.304 focos de calor registrados, representando 32,2% do total, seguido por Mato Grosso (17.480), Amazonas (15.772), Rondônia (8.232) e Acre (7.875).
“O fogo é uma tragédia anunciada! E após quase quatro anos de uma clara e objetiva política anti-ambiental por parte do governo federal, vemos que na iminência de encerramento deste mandato – que está sendo um dos períodos mais sombrios para o meio ambiente brasileiro – grileiros e todos aqueles que têm operado na ilegalidade, viram um cenário perfeito para avançar sobre a floresta”, alerta André Freitas, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.
por Peter Milko
Um pouco de reflexão sobre o papel dos professores na nossa vida faz bem. Lembro que minha primeira paixão escolar foi por História e Química, culpa das professoras Zilda e Lucy, que souberam prender minha atenção e me entusiasmar pelo assunto. Depois, as aulas espetaculares de biogeografia do professor Vanzolini e de construção da paisagem de Aziz Ab´Saber na USP me transformaram, por que finalmente comecei a entender como funcionam os processos naturais que movem o planeta.
Professores inspiram, desafiam, acolhem, ensinam e ajudam a decidir os caminhos da vida. São um dos pilares mais importantes para qualquer sociedade que deseja um futuro melhor. Basta ver exemplos como os da Finlândia e Coréia do Sul, que investiram maciçamente na educação e alcançaram invejáveis índices de qualidade de vida.
Aqui no Brasil temos um longo caminho a percorrer na valorização dos professores. Temos avanços, muito tímidos ainda, perto da escancarada defasagem de aprendizado que os indicadores informam. Quando a prova internacional PISA mostra que apenas 2% dos estudantes brasileiros com 15 anos consegue diferenciar fatos de opiniões, o sinal de alerta está evidente.
Nosso trabalho na Horizonte tem sido focar a maior parte dos esforços na qualificação dos professores, para que eles aprimorem as técnicas de manter a atenção de seus alunos, e assim, os inspirem a escolher seus caminhos de vida. Esse ano atuamos nessa direção com 634 docentes de 24 cidades, que impactaram diretamente 18.290 estudantes (*). Trata-se de uma gota no oceano, em um setor que precisa de muito mais apoio do Governo e da sociedade.
Nessa semana, vale reforçar nosso respeito e admiração por esses profissionais que inspiram jovens: os professores!
(*) Para conhecer os projetos em que estamos envolvidos esse ano, acesse:
Em tempos que se fala tanto sobre fake news, a esperança de um jornalismo sério, consciente e responsável está nas mãos de jovens do ensino público brasileiro. Prova disso são as 68 reportagens que constam de 10 jornais do projeto Arte do Jornalismo.
Esse projeto percorreu 10 cidades brasileiras, desde setembro de 2021, realizando oficinas de capacitação de jornalismo para professores e workshops de design gráfico para os alunos. Nesta maratona, os alunos fizeram entrevistas e pesquisas para escrever sobre as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU aplicados nas suas cidades.
A iniciativa impactou 4.380 estudantes e 152 professores das escolas públicas de Santa Catarina (Urussanga e Criciúma), São Paulo (Jundiaí, Agudos, São Paulo e Itapetininga), Pernambuco (Cabo de Santo Agostinho), Paraíba (João Pessoa), Rio de Janeiro (Queimados) e Minas Gerais (Uberaba). A iniciativa teve o patrocínio da Dexco, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Ao todo, 169 reportagens foram inscritas com temáticas como consumo consciente, poluição de rios, abastecimento de água, energia limpa, transporte público, preconceito, gravidez na adolescência, mulheres na política, entre outros. Como foi a reportagem do aluno Ivonaldo, de Uberaba, “O tema que eu escolhi foi mulheres na política, que fala sobre a luta que elas tiveram para conquistar seu lugar”, comenta o aluno da escola estadual Gabriel Toti, enquanto aponta para o jornal afixado no mural.
Todas as escolas públicas participantes do projeto Arte do Jornalismo receberam vários exemplares do livro que reúne os 10 jornais, com grande entusiasmo.
“Com a distribuição gratuita de 2400 livros fechamos o projeto que engajou alunos e professores numa temática cada vez mais relevante, que é o desenvolvimento sustentável. Proporcionamos reflexão e pensamento crítico nesta juventude” avalia Allan de Amorim, coordenador do projeto na Horizonte.
Para saber mais sobre o projeto e ler a versão digital dos jornais, acesse: artedojornalismo.com.br
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