Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que de janeiro a dezembro de 2021 foram registrados 8.219 km² de alertas de desmatamento na Amazônia, uma área mais de 5 vezes maior que a cidade de São Paulo. É o terceiro ano seguido em que os alertas superam os 8 mil km2.
Apesar da pequena queda de 2,3% em relação ao ano passado, a média de desmatamento registrada ao longo dos últimos três anos é 77% maior em comparação aos três anos anteriores.
“Infelizmente, em relação aos alertas de desmatamento, o novo ano começa como foram os últimos três. A destruição da Amazônia e outros ecossistemas naturais não só não é combatida pelo governo, como é impulsionada por atos, omissões e conluios com os setores mais retrógrados”, afirma Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Pela primeira vez, o sistema registrou uma área de alertas de 121 km² exclusivamente ligados ao garimpo, um aumento de 20% em relação ao ano anterior e o equivalente a 17 mil campos de futebol destruídos – uma média de 47 a cada dia.
“Nesta mesma semana, também foi divulgado pelo INPE um aumento de 7,9% no desmatamento do Cerrado, que já teve 50% de sua área devastada, e anunciada a extinção por falta de verba do programa de monitoramento deste que é o segundo maior bioma brasileiro. Esses números são reflexos da política antiambiental do governo e de suas ações comprovadamente ineficazes em conter a destruição das florestas”, conclui Batista.
A fome cresceu 30% na América Latina, no Brasil, quase 20 milhões de pessoas estão passando fome e 44% estão em algum grau de insegurança alimentar, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com pesquisas o Grupo de Trabalho Políticas Públicas de Combate à Insegurança Alimentar e à Fome da USP, a agricultura urbana, por ser uma fonte de alimentação fresca e saudável a um preço mais acessível, pode ser a melhor saída para reverter essa situação.
“A agricultura urbana tem diversos benefícios. Então, ela traz o consumidor para perto do produtor, o custo ambiental da comida cai muito e o preço também”, afirma Thais Mauad, coordenadora do Grupo de Estudos.
Thais ressalta também os impactos que poderiam ocorrer se as políticas públicas fossem efetivadas nesse sentido. O Instituto Escolhas, por exemplo, fez um mapeamento de terrenos ociosos. “Eles pegaram só os terrenos ociosos na região de Sapopemba e viram que, se esses terrenos fossem ocupados por agricultura urbana, se alimentariam 80 mil pessoas”.
Outro ponto de destaque das pesquisas são as hortas urbanas. A AgroFavela – Refazenda em São Paulo já atua em sentido dos benefícios apresentados pelo estudo. Localizado na região de Paraisópolis, o projeto conta com uma horta comunitária vertical, boxes de plantio e canteiros. Ao todo, são cultivadas 60 espécies de hortaliças e frutas, em um espaço de 900 m².
De acordo com o estudo, esses locais como esse trabalham de maneira agroecológica e prestam um grande serviço à biodiversidade da região, atenuando ilhas de calor, atraindo polinizadores e auxiliando na purificação do ar.