Os chinelos de dedo estão presentes em todo o mundo. Confortáveis, práticos, cheios de cor, fazem sucesso entre os mais diferentes públicos, de todas as idades. Mas, estes produtos são feitos de plástico, um material que vem ameaçando nosso planeta pela enorme quantidade de resíduos nos mais diversos ecossistemas – em especial nos mares e oceanos. No Quênia, a Ocean Sole, vem retirando chinelos descartados de forma incorreta nas praias e transformando este material em lindas esculturas.
As cores dos chinelos dão vida à animais enormes, representados em esculturas vibrantes que são produzidas com criatividade e capricho por artistas locais. O que antes era um problema, se transformou em arte e oportunidade para as comunidades quenianas.
A história da Ocean Sole começou quando a fundadora Julie Church testemunhou crianças no Quênia reaproveitando chinelos descartados em brinquedos. Reconhecendo as possibilidades deste material, ela trabalhou com comunidades locais para coletar, lavar e reciclar chinelos, desta vez em usando o material em esculturas coloridas.
As pessoas envolvidas na coleta e produção das peças recebem refeições, cuidados de saúde, salários justos e oportunidades de progressão na carreira e educação – benefício que se estende para as famílias dos 90 funcionários.
Obras-primas a partir do lixo
Transformar chinelos descartados em arte é um projeto colaborativo que envolve muita gente. Após a coleta, os chinelos são lavados, colados, esculpidos e lixados antes de serem transformados em esculturas. “Cada peça é única com base nos materiais coletados”, garante Mwakiremba.
Os chinelos se transformam em esculturas de espécies ameaçadas de extinção, veículos e itens para serem usados no dia a dia, como abridores de garrafas. Vendidas desde tamanho enormes até pequenos itens, as peças ajudam a aumentar a consciência das pessoas sobre a gestão de resíduos e importância do descarte correto.
O impacto da Ocean Sole vai além da arte, criando uma impressão duradoura nas pessoas e no meio ambiente. Entre as histórias que Mwakiremba gosta de contar está a de uma família que conseguiu pagar a faculdade do filho e de moradores locais que conseguiram comprar terras e gado
Em termos de impacto ambiental, a empresa coleta em média 600 quilos de chinelos por ano, contribuindo para a limpeza de praias, programas educativos e atividades de conservação.