A água é essencial para a vida, mas apenas 3% de toda água do planeta é própria ou acessível para consumo. Cuidar deste recurso natural tão fundamental para nossa existência implica em avaliar sua correlação com a saúde, com o lazer, com o consumo consciente e com as formas de garantir sua qualidade. Com o objetivo de criar campanhas de utilidade pública que incentivem atitudes positivas sobre a água, o projeto Imagens que Transformam utiliza a fotografia e a publicidade como meios de expressão.
O primeiro passo são as oficinas de capacitação para professores da rede pública das cidades participantes. Nesta etapa, os professores recebem o Caderno do Professor, um guia técnico sobre a arte da fotografia e campanhas de utilidade pública.
Depois ocorrem as produções artísticas, em que os alunos criam campanhas de utilidade pública sobre a relação da água com saúde, alimentação, florestas ou resíduos. As produções são inscritas no site do projeto e passam pela etapa de votação popular e da comissão julgadora para eleição das duas melhores campanhas de cada cidade.
As escolas vencedoras ganham o Dia da Imagem, um workshop para os estudantes que reúne técnicas de fotografia e linguagem publicitária aplicadas ao objetivo temático e realizado pelos formadores especializados do projeto.
Os resultados do Dia da Imagem serão expostos em campanhas de utilidade pública profissionais nas mídias locais (outdoors, jornais ou portais digitais). Haverá ainda o registro dos trabalhos dos alunos num e-book exclusivo para cada cidade e em livro Imagens que Transformam editado com todas as campanha.
A iniciativa é realizada pela Flamingo Comunicação e tem o patrocínio do Instituto Aegea, e de suas concessionaras locais, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Para conhecer mais detalhes sobre o projeto, acesse: imagensquetransformam.com.br.
A Horizonte foi convidada pelos organizadores a participar da Feira Literária de Ribeirão Pires (FLIRP – 2023), que aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro no município paulista, por meio do seu projeto Histórias Ilustradas, que é patrocinado pela Coop.
A Feira está em sua segunda edição e homenageou a renomada escritora Clarice Lispector. A Horizonte apresentou o conceito e etapas do projeto Histórias Ilustradas e também e-book e o livro impresso que reúne as cartas e ilustrações de crianças de escolas públicas de Ribeirão Pires.
A cidade estreou no projeto em setembro com a oficina pedagógica para educadores da rede de ensino municipal e avançou para a etapa de captação e publicação das cartas, ilustrações e áudios. As narrações são feitas pelas próprias crianças e em breve poderão ser conferidas no site do projeto: historiasilustradas.com.br.
Histórias Ilustradas
O Histórias Ilustradas é uma inciativa cultural e educacional que desenvolve as habilidades de leitura e escrita com alunos do Fundamental I de escolas públicas, na faixa etária de 8 a 10 anos, utilizando a magia de contar histórias por meio de cartas e ilustrações e para isso elegeu o tema da diversidade e a inclusão.
O projeto é uma realização da Horizonte Educação e Comunicação em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Ribeirão Pires, com patrocínio da Coop por meio do programa de fomento paulista ProAC ICMS da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. O Histórias Ilustradas acontece nas cidades de Ribeirão Pires, Diadema e Piracicaba.
Sobre a Coop
Atualmente, a Coop possui mais de 1 milhão de cooperados ativos, 30 lojas de supermercado, sendo 23 no Grande ABC, uma em Piracicaba, duas em São José dos Campos, duas em Sorocaba, duas em Tatuí, uma unidade de loja de conveniência em São Bernardo do Campo (Coop Aqui), um atacarejo em São José dos Campos (Meu Atacarejo) e 73 drogarias, além dos canais digitais. Por ser uma cooperativa, seu principal objetivo é oferecer os melhores serviços a preços justos, além de reverter benefícios aos cooperados e à comunidade.
A imagem de um falcão atacando um pelicano que se aventurou muito perto do seu ninho venceu o concurso de fotos de aves “Bird Photographer of the Year”. A competição internacional recebeu mais de 20 mil fotos de fotógrafos de vários lugares do mundo.
O responsável pelo flagrante foi Jack Zhi, dos Estados Unidos, que fez o registro no Sul da Califórnia. Ele disse que, por quatro anos, tentou capturar essa imagem rara.
Com o objetivo de estimular a preservação das espécies, o concurso apoia financeiramente projetos de conservação de aves.
Veja os premiados no concurso de fotos de aves
Categoria Comportamento de Aves
Veja também os vencedores das demais categorias
Melhor Retrato
Aves em voo
Aves Urbanas
Fotos de aves engraçadas
Conservação
Aves no meio ambiente
Preto e branco
15-17 Anos
12-14 Anos
11 anos ou menos
Todas as fotos do concurso de fotos de aves podem ser vistas no site do projeto, clicando aqui.
Parques urbanos e espaços verdes ajudam a combater o calor, aumentar a biodiversidade e transmitir uma sensação de tranquilidade na selva urbana. Mas, eles também ajudam a retardar o envelhecimento biológico. Segundo um estudo da Science Advances, pessoas que conseguem morar próximo a áreas verdes são, em média, 2,5 anos mais jovens biologicamente.
“Acreditamos que nossas descobertas têm implicações significativas para o planejamento urbano, no sentido de expandir a infraestrutura verde para promover a saúde pública e reduzir as disparidades de saúde.” comenta Kyeezu Kim, autor principal do estudo e pesquisador pós-doutorado na Feinberg School of Medicine da Northwestern University, de Chicago, nos Estados Unidos.
A exposição a espaços verdes está associada a uma melhor saúde cardiovascular e a menores taxas de mortalidade. Acredita-se que isso esteja relacionado a uma maior atividade física e interações sociais, mas não estava claro se os parques realmente retardavam o envelhecimento em nível celular.
“Outros fatores, como o estresse, a qualidade do espaço verde ao redor e o suporte social, podem afetar o grau de benefícios dos espaços verdes em termos de envelhecimento biológico”, explicou Kim, ressaltando que as disparidades requerem estudos adicionais.
Hortas urbanas podem ser saída para fome e para quem quer morar próximo à áreas verdes
A agricultura urbana tem diversos benefícios. Então, ela traz o consumidor para perto do produtor, o custo ambiental da comida cai muito e o preço também.
A AgroFavela – Refazenda em São Paulo, por exemplo, éuma horta comunitária vertical, com boxes de plantio e canteiros, localizada na região de Paraisópolis (SP). Ao todo, são cultivadas 60 espécies de hortaliças e frutas, em um espaço de 900 m².
De acordo com estudos na região, a AgroFavela tem prestado um grande serviço à biodiversidade da região, atenuando ilhas de calor, atraindo polinizadores e auxiliando na purificação do ar.
Um projeto de lei que visa apoiar a implantação de sistemas de produção agroecológica e orgânica por parte dos agricultores familiares do estado de São Paulo foi aprovado na Alesp. A proposta é incentivar a agricultura familiar agroecológica “socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável”, que priorize o cultivo de alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, promova o uso saudável dos recursos naturais, como o solo e água, e sem uso de agrotóxicos.
De acordo com o deputado estadual Simão Pedro, que apresentou o PL ainda em 2012, a legislação veio para suprir a falta de controle sobre o uso abusivo de agrotóxicos na agricultura do estado de São Paulo. Além disso, outra constatação motivou a proposta: a falta de um programa de apoio aos “agricultores que buscavam produzir alimentos com base em uma agricultura sem venenos”.
A proposta do parlamentar sugere 14 instrumentos a serem implementados para criar políticas voltadas ao incentivo de sistemas de produção agroecológica e orgânica. A prestação de assistência técnica; o apoio à realização de feiras de alimentos agroecológicos assim como a promoção de eventos sobre agroecologia; o fortalecimento de mercado de venda direta e indireta; o consumo de produtos agroecológicos pelos beneficiários de programas sociais e de alimentação escolar; além da criação de incentivos financeiros, estão entre as propostas do projeto de lei 385/2012.
Além de incentivar a agricultura familiar brasileira, que é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, o objetivo da nova lei é preservar o meio ambiente e a saúde da população. O próximo passo será o PL ser sancionado ou vetado pelo governador. “Vamos trabalhar para que seja sancionado e depois regulamentado pelo governo”, afirma Simão Pedro.
Agrotóxicos no Brasil
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta, além de ser o segundo maior comprador de agrotóxicos fabricados em solo europeu – ainda que os mesmos produtos sejam proibidos para uso na União Europeia e Inglaterra.
Atualmente, as leis são tão frágeis que a contaminação da água brasileira por glifosato é até cinco mil vezes superior ao máximo do que é permitido na água potável dos países da União Europeia.
Em 2022, o Brasil reciclou 100% das latinhas de alumínio, superando 390 mil toneladas do
material com o destino correto – as 31,85 bilhões de unidades comercializadas no ano
foram recicladas. A embalagem é um exemplo de como podemos substituir garrafas
plásticas, de vidro e até mesmo embalagens fora do setor alimentício, por uma versão mais
sustentável, já que a alumínio pode ser infinitamente reciclado sem perder suas
características e a cadeia de reciclagem está consolidada no Brasil.
Para tirar qualquer dúvida que ainda possa existir sobre a reciclagem do alumínio, usado
em latinhas e diversos outros itens, trouxemos uma lista de mitos e verdades que envolve o
processo e suas vantagens.
Mitos e verdades sobre a reciclagem de alumínio
1. O alumínio reciclado não representa uma quantidade relevante e a demanda pelas
latinhas só favorece a extração de alumínio primário?
MITO
O alumínio reciclado desempenha um papel importante na indústria do alumínio e contribui
significativamente para a redução da demanda por alumínio primário, além de ter um preço
mais atrativo para as empresas. Isso, somado à qualidade do alumínio e sua possibilidade
infinita de reciclagem sem nenhum tipo de perda de suas propriedades, explica o fato de
que 75% de todo o alumínio já produzido no mundo ainda está em circulação.
2. O processo de reciclagem da lata apresenta diversos benefícios ambientais
significativos?
VERDADE
A reciclagem da lata consome muito menos energia do que a produção de alumínio
primário, 95% a menos para ser mais exato, o que resulta em uma menor emissão de gases
de efeito estufa. Com a mais recente taxa de reciclagem da latinha no Brasil – o marco
histórico de 100% de reciclagem em 2022 –, o país evitou a emissão de 1,8 milhões de
toneladas de gases de efeito estufa!
Além disso, a reciclagem de alumínio economiza recursos naturais, reduz a quantidade de
resíduos e ajuda a preservar as reservas de bauxita, que é a principal fonte de alumínio
primário.
3.Toda lata retorna como lata depois da reciclagem?
MITO
Esse mito não representa algo negativo: como o alumínio não perde propriedades durante o
processo de reciclagem, é comum que uma chapa do material reciclado se destine para
fabricação de peças para eletrônicos ou carros elétricos, por exemplo. Inclusive o alumínio
nesses produtos pode se tornar uma lata de novo no futuro. Legal não?
4. A lata de alumínio é reciclável, mas não é tão reciclada?
MITO
Hoje, a lata de alumínio é conhecida por ser a embalagem mais amiga do meio ambiente, por ser 100% e infinitamente reciclável – ou seja, o processo de reciclagem não altera propriedades do material, o que permite que o alumínio não sofra downcycling, nome dado a um material que perde qualidade no processo de reciclagem e só pode ser utilizado em produtos de menor valor agregado, o que acontece com outras embalagens.
O ciclo de vida da lata ainda é um exemplo de avanço a curto prazo, já que é de somente 60 dias. Na prática, se hoje uma lata sai dos comércios, é consumida e descartada corretamente, em cerca de dois meses, ela voltará para as prateleiras como uma nova lata.
De qualquer maneira, empresas deste setor têm se esforçado para fazer com que a quantidade de alumínio reciclado só aumente.
5. A lata de alumínio ajuda a incrementar a renda de cerca de um milhão de famílias?
VERDADE
Por ter um preço mais atrativo, o alumínio é um dos materiais favoritos dos catadores –
entre 2005 e 2021, foram mais de 20 bilhões de reais gerados de renda adicional para
esses campeões da economia circular, segundo a Abralatas.
6. Latas de alumínio afetam o sabor das bebidas?
MITO
Na verdade, as latas de alumínio são revestidas internamente com uma resina aprovada
pela ANVISA para proteger o líquido e garantir que não haja interação entre o alumínio e o
produto. Portanto, o sabor não é afetado pelo alumínio, e o envase ainda oferece uma
proteção para que o gosto da bebida não seja alterado pela incidência de raios UV.
Maior paleotoca conhecida no estado está sob cuidados da Vale. Recinto é um importante marco histórico da megafauna extinta no Brasil
Uma caverna, também conhecida como paleotoca, escavada por preguiças-gigantes, há pelo menos 10 mil anos, com aproximadamente seis metros de comprimento e peso aproximado de quatro toneladas que viveram nas Américas e em nossa região junto com outros animais como Mastodontes, Tigre-dente-de-sabre e Tatus-Gigantes, foi descoberta por pesquisadores em uma área da Vale, próxima ao Parque Nacional da Serra do Gandarela, região do quadrilátero ferrífero (MG), com túneis, salões escavados e ranhuras indicando atividade e marcas compatíveis com os milodontídeos cavadores, ou preguiças-gigantes de dois dedos. A caverna possui comprimento de 340m de extensão, sendo a maior paleotoca conhecida até o momento em Minas Gerais. Desde a sua descoberta, em 2010, a estrutura segue protegida e foi classificada pelos estudos da Vale como “cavidade de máxima relevância”, seja por atributos físicos ou biológicos, o que, de acordo com a legislação brasileira, já lhe atribui uma condição legal de proteção permanente (Decreto Federal 10.935 de 12 de junho de 2022). Atividade de monitoramento realizada pela Vale – Créditos: Robson Zampaulo As preguiças-gigantes ou preguiças terrestres eram um grupo de mamíferos pré-históricos que habitavam as Américas há milhares de anos, viviam em rebanhos e eram herbívoros, ou seja, se alimentavam de folhas, gramíneas, ramos e brotos, e consumiam em média 300 quilos de alimentos por dia. Suas garras eram essenciais na hora de apanhar o alimento no alto das árvores. O lábio superior e a língua tinham formato próprio para agarrar a vegetação. Preguiça-gigante – Eremotherium: Crédito: Rodolfo Nogueira “Muito embora as paleotocas venham sendo estudadas há relativamente poucas décadas no Brasil, a importância histórica, ecológica e ambiental é indiscutível. São ambientes extremamente para a reconstrução da evolução da vida no planeta, mas que atualmente, assim como outras cavernas, também representam um abrigo para espécies raras e endêmicas e que, portanto, necessita de medidas de proteção. Além de ser umas das maiores cavernas do Quadrilátero Ferrífero, até o momento são conhecidas pelo menos uma dezena de espécies troglóbias (que só ocorrem em ambientes subterrâneos) para esta caverna, dentre as quais podemos encontrar aranhas, colêmbolos e opiliões”, destaca o pesquisador Rodrigo Lopes Ferreira, da Universidade Federal de Lavras. A paleotoca, nomeada de AP38, está inserida na formação ferrífera e representa atualmente uma das maiores cavernas associadas a este tipo de rocha na região, fornecendo abrigo, local de reprodução e alimento para espécies que vivem na superfície e em ambientes subterrâneos. A cavidade apresenta uma rede de túneis interligados, conectados a uma câmara maior. As grandes dimensões, marcas de garras nas paredes e tetos, morfologia e seções da caverna permitem atribuir parte de sua gênese às preguiças-gigantes de dois dedos, constituindo um importante registro da megafauna extinta de mamíferos na região. “A paleotoca é um importante ecossistema do patrimônio espeleológico brasileiro e precisa ter sua integridade física e ambiental preservadas. Para isso, desde 2010, uma série de estudos e medidas preventivas foram realizadas pela Vale, sendo proposto o estabelecimento de uma área de proteção ambiental de aproximadamente 40 hectares no seu entorno, que engloba a Paleotoca e toda sua área de influência conforme determina a legislação vigente”, destaca o espeleólogo da Vale, Robson Zampaulo. Marcas da preguiça-gigante. Crédito: Divulgação/Vale Atualmente, a Vale conta com uma equipe de 25 profissionais dedicados ao tema espeleologia em todo o território nacional. Os especialistas coordenam trabalhos de monitoramento espeleológico, pesquisas científicas e projetos técnicos visando o atendimento à legislação vigente e promovendo operações sustentáveis nas minas onde a Vale atua. Ao longo dos últimos 10 anos, a Vale promoveu a criação de 12 áreas de proteção ambiental com foco em preservação de cavernas, com destaque ao Parque Nacional Campo Ferruginosos, no Pará, o qual detém cerca de 377 cavernas com os estudos de relevância realizados e compõe o maior parque espeleológico em cavernas ferríferas do mundo. Preguiça-gigante – Eremotherium: Crédito: Rodolfo Nogueira Descoberta e proteção A cavidade natural subterrânea (AP38) foi descoberta durante um levantamento ambiental realizado por espeleólogos a serviço da Vale na região. Desde então, a empresa realiza estudos bioespeleológicos, geoespeleológicos, climáticos, hidrogeológicos, escaneamento a laser, estabilidade geotécnica, delimitação de área de influência, estado de conservação, entre outros. A empresa ainda elaborou um plano de ação para mitigar possíveis impactos na cavidade, instalação de barreiras físicas e cercamento para limitar o acesso de pessoas não autorizadas, placas de sinalização, implementação de sismógrafos para monitoramento de vibrações, rondas regulares de segurança e monitoramento com aparelhos que registram parâmetros sobre as condições microclimáticas da cavidade (temperatura e umidade) e registro de eventos hídricos e dinâmica das águas. Sua área de entorno também está protegida de forma a preservar sua estrutura física, biodiversidade, condições microclimáticas (como temperatura, umidade) e o aporte de matéria orgânica para no seu interior, sendo esta importante para a manutenção da sua fauna subterrânea que inclui espécies endêmicas. Finalmente, é importante ressaltar que apesar do seu valor científico e histórico, esta caverna não apresentação potencial turístico para visitação. |
Questões relacionadas aos povos indígenas e ao racismo estão em destaque na 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que acontece em São Paulo de 1 a 14 de junho, com entrada franca.
Considerada como um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, a Mostra Ecofalante de Cinema tem suas projeções sediadas no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Biblioteca Roberto Santos. Completam o circuito de exibição unidades do Centro Educacional Unificado – CEU, Casas de Cultura, Fábricas de Cultura e Centros Culturais.
No Panorama Internacional Contemporâneo, com 27 filmes de 26 países, destaca-se uma seleção de títulos que abordam sobretudo questões ligadas ao racismo, mas que também não deixam de falar do legado do colonialismo e suas muitas consequências socioambientais presentes até os dias de hoje. Entre eles estão “Filhos do Katrina”, longa-metragem que discute racismo ambiental a partir das consequências do furacão Katrina; “Duas Vezes Colonizada”, sobre o ativismo de uma defensora dos direitos humanos inuíte no parlamento europeu; “Uma História de Ossos”, sobre a luta de uma consultora africana para dar um fim digno aos restos mortais de mais de oito mil ‘africanos libertos’, descobertos durante a construção de um aeroporto na remota ilha de Santa Helena.
A seção traz abordagens de fluxos migratórios em títulos como “Recursos”, elogiado no importante festival de documentários IDFA-Amsterdã; “O Último Refúgio”, filme premiado no festival dinamarquês CPH:DOX, que registra um abrigo temporário de migrantes na África; e “Xaraasi Xanne (Vozes Cruzadas)”, filme de arquivo que lança luz sobre a violência da agricultura colonial no continente africano, premiado no tradicional festival Cinéma du Réel, na Suíça.
Discussões econômicas – sempre presentes no Panorama Internacional Contemporâneo – estão no centro de títulos da seção. Filme mais recente de Gabriela Cowperthwaite, diretora de “Blackfish”, o trepidante “A Apropriação” revela os esforços secretos de governos e multinacionais para controlar comida e água no mundo. Já “Deep Rising: A Última Fronteira” revela as intrigas em torno da obtenção de recursos naturais no solo dos oceanos.
Uma programação é dedicada às estreias mundiais em salas de cinema de três títulos brasileiros que abordam o embate entre indígenas e garimpeiros, queimadas em quatro biomas do país e deslocamento de toda uma população.
“Cinzas da Floresta”, de André D’Elia, registra uma expedição com o ativista Mundano que percorreu mais de dez mil quilômetros por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica como o objetivo de produzir uma cartela em tons de cinza a partir do carvão e das cinzas de restos de árvores e de animais carbonizados. Com esse material foi pintado um painel a partir da famosa obra modernista do artista plástico Candido Portinari (1903-1962) “O Lavrador de Café”.
O filme “Escute, A Terra Foi Rasgada”, de Fred Rahal Mauro (de “BR Acima de Tudo”) e Cassandra Mello, registra o acampamento Luta pela Vida, em Brasília, no qual lideranças dos povos Mebêngôkre (Kayapó), Munduruku e Yanomami se uniram para escrever uma carta-manifesto em repúdio à atividade garimpeira. Na sessão promovida pela 12ª Mostra Ecofalante de Cinema têm presença confirmada as lideranças indígenas da “Aliança em Defesa dos Territórios”: Davi Kopenawa, Beka Munduruku e Maial Kayapó. “Parceiros da Floresta”, de Fred Rahal Mauro, percorre três continentes evidenciando casos de parcerias entre setores privado, público e comunidades locais que geram soluções para a proteção e restauração de florestas tropicais globais aliando tecnologia, negócios e conhecimento tradicional para gerar benefícios verdadeiramente compartilhados.
Temáticas relativas aos povos indígenas e seus territórios marcam parte das produções selecionadas este ano para a Competição Latino-americana, havendo espaço nos 33 selecionados para discussões sobre racismo, migração e trabalho. Destaca-se “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, que narra uma eletrizante jornada na Amazônia para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubo, tendo merecido quatro prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, inclusive o de melhor filme. Consagrado diretor já homenageado na 4ª
Mostra Ecofalante de Cinema, Jorge Bodanzky (de “Iracema – Uma Transa Amazônica”, 1975) assina “Amazônia, A Nova Minamata?”, no qual acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje. No inédito “Mamá”, uma obra de cunho intimista com elaborada narrativa e técnica, o realizador de descendência maia Xun Sero relata como, sendo mexicano tzotzil, cresceu cercado pela sacralidade da Virgem de Guadalupe e da Mãe Terra – e sendo ridicularizado por não ter pai. Já o doc
observacional peruano “Odisseia Amazônica”, de Terje Toomistu, Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento, testemunha o trabalho feito nos barcos que constituem o principal meio de transporte de mercadorias e pessoas no rio Amazonas.
Mais informações sobre a Mostra e lista completa dos títulos no site do evento: https://ecofalante.org.br/
Destaca-se na programação ainda um trabalho em realidade virtual, assinado por Estêvão Ciavatta (de “Amazônia Sociedade Anônima”, exibido na 9ª Mostra Ecofalante de Cinema). Trata-se de “Amazônia Viva”, no qual a cacica Raquel Tupinambá, da comunidade de Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, no Pará), guia o espectador em uma viagem pelo rio Tapajós, em um passeio virtual em 360º. Uma sessão infantil está incluída na programação da 12ª Mostra Ecofalante de Cinema. Nela, ganha projeção o longa “A Viagem do Príncipe”, de Jean-François Laguionie e Xavier Picard, obra exibida nos festivais de Locarno, Roterdã, BFI Londres e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Ela tem patrocínio da White Martins, da Valgroup, do Mercado Livre e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da Evonik e da Drogasil. Tem apoio institucional do WWF-Brasil, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da
Cultura.
Reduzida a fragmentos de sua cobertura vegetal original, a Mata Atlântica ainda é capaz de surpreender pesquisadores, como mostra a recente descoberta de duas novas espécies de árvores frutíferas no bioma.
A poucos quilômetros da metrópole do Rio de Janeiro, dentro de áreas protegidas nos municípios de Niterói e Maricá, foram descobertas a uvaia-pitanga (Eugenia delicata) e a cereja-amarela-de-niterói (Eugenia superba). Com baixo número de indivíduos e ocorrências restritas, as duas espécies já podem ser consideradas sob risco de extinção, como alertam os cientistas.
As descobertas são resultados da pesquisa realizada por um time de sete cientistas do Jardim do Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade Federal do Ceará (UFCE).
O estudo começou a partir de coleções botânicas anteriores, onde duas amostras em particular chamaram a atenção dos pesquisadores. Apenas com as amostras, entretanto, não havia material suficiente para chegar a conclusão se se tratavam de espécies desconhecidas ou não. Então, foi organizado um esforço colaborativo em busca das peças que faltavam nesse mistério. As idas a campo compensaram e resultaram na descrição de duas novas espécies de árvores frutíferas para a Mata Atlântica fluminense.
Para enfrentar os riscos que circundam as espécies recém-descobertas, os botânicos apostam nos seus frutos comestíveis e suas belas flores para incentivar que as árvores sejam usadas para fins ornamentais e frutíferas e, com isso, promover também sua conservação.
Uvaia-pitanga
Com troncos de cerca de 12 metros de altura, a uvaia-pitanga chama atenção com seus frutos alaranjados e suculentos que aparecem entre setembro e janeiro, de sabor azedo e aromático. Já a floração, que ocorre entre maio e setembro, desabrocha delicadas pétalas brancas e filamentos coroados por pontos alaranjados.
Cereja-amarela-de-niterói
De frutos de cor amarelada, que amadurecem a partir de dezembro, a cereja-amarela-de-niterói apresenta flores grandes com pétalas verdes e grossas. A árvore apresenta um tronco avermelhado de 15 metros de altura e encantou tanto os pesquisadores que, em seu batismo científico, “superbus”, fazem uma referência ao aspecto soberbo da árvore e do local onde foi encontrada, cercada por outras grandes árvores.
“Embora a espécie ocorra apenas dentro de áreas protegidas, espera-se que a qualidade de seu habitat diminua continuamente devido aos efeitos da fragmentação, crescimento urbano e fogo”, alertam no artigo. Por isso, a cereja-amarela-de-niterói deve ser considerada Criticamente Em Perigo, o grau mais crítico de ameaça de extinção, sugerem os pesquisadores.
Alcançar o pleno acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto é um dos principais desafios dos municípios brasileiros. Para entender e aprofundar esse cenário, o Instituto Trata Brasil lançou o 15ª Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil.
O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades. De acordo com os estudos, a falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas. Além disso, cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população que diariamente sofrem, hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.
O país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Para auxiliar comunidades e conscientizar a população sobre o uso da água e a importância do saneamento, a Horizonte desenvolve projetos sociais alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em parceria com empresas, instituições de ensino e outros representantes locais.
Melhores e piores cidades em saneamento
Nesta edição, o ranking destaca os municípios que variaram mais de dez posições, de forma positiva ou negativa, em relação ao ranking de 2022. Entre os municípios com variação positiva estão: Cuiabá, Niterói, Vila Velha, Vitória e Sorocaba. Por outro lado, Belo Horizonte e Anápolis foram as cidades que apresentaram variação negativa no relatório.
No caso da capital mineira, o principal indicador que demonstrou piora foi no de ligações de água, sofrendo uma redução de 53,65 pontos percentuais. Além disso, piorou todos os três indicadores de perdas de água. Já em Anápolis (GO) houve leve piora nos indicadores total e urbano de atendimento de água.
O estudo evidencia que a configuração do grupo de melhores e piores nos indicadores de saneamento continua semelhante. Dos 20 melhores municípios do Ranking de 2023, oito são do estado de São Paulo, seis do Paraná, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro, um do Tocantins, um da Paraíba, um da Bahia e de Brasília, no Distrito Federal.
Ainda em relação aos melhores casos, houve uma surpresa positiva: pela primeira vez na história do Ranking do Saneamento, um município obteve nota máxima em todas as dimensões analisadas. Trata-se de São José do Rio Preto (SP) – a cidade paulista apresentou os indicadores dos serviços básicos alinhados com as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento.
Dentre os 20 piores municípios do Ranking de 2023, destaca-se que quatro são do estado do Pará, quatro do Rio de Janeiro, e dois do Rio Grande do Sul. Do restante, quatro pertencem à macrorregião Norte, quatro situam-se na macrorregião Nordeste, um na região Centro-Oeste, e outro na região Sudeste.
Veja abaixo os 20 melhores municípios
- São José do Rio Preto (SP)
- Santos (SP)
- Uberlândia (MG)
- Niterói (RJ)
- Limeira (SP)
- Piracicaba (SP)
- São Paulo (SP)
- São José dos Pinhais (PR)
- Franca (SP)
- Cascavel (PR)
- Ponta Grossa (PR)
- Sorocaba (SP)
- Suzano (SP)
- Maringá (PR)
- Curitiba (PR)
- Palmas (TO)
- Campina Grande (PB)
- Vitória da Conquista (BA)
- Londrina (PR)
- Brasília (DF)
Veja abaixo os 20 piores municípios
- Macapá (AP)
- Marabá (PA)
- Porto Velho (RO)
- Santarém (PA)
- São Gonçalo (RJ)
- Belém (PA)
- Rio Branco (AC)
- Maceió (AL)
- Várzea Grande (MT)
- Ananindeua (PA)
- Duque de Caxias (RJ)
- São João de Meriti (RJ)
- Gravataí (RS)
- Jaboatão dos Guararapes (PE)
- São Luís (MA)
- Belford Roxo (RJ)
- Pelotas (RS)
- Manaus (AM)
- Cariacica (ES)
- Caucaia (CE)
A tabela completa com os 100 municípios do ranking pode ser acessada pelo site do Instituto Trata Brasil e o relatório completo da edição 2023 você pode ler aqui.