Um novo desafio surge nos afluentes dos rios Tietê e Paraná, no interior de São Paulo: a presença de raias (ou arraias).
Do gênero Potamotrygon, elas vivem em água doce e possuem formato de disco e corpo recoberto de bolinhas pretas e amarelas. Elas chamam a atenção e gerarem bastante curiosidade, mas são consideradas invasoras nesta região. Já que sua presença é bem demarcada na região Amazônica e no Pantanal.
Acredita-se que as raias chegaram ao interior de São Paulo em razão das barragens construídas no rio Paraná, principalmente na obra da Usina de Itaipu, o que influenciou na transposição da barreira natural de Sete Quedas.
Dessa maneira, em cerca de 30 anos, os peixes conseguiram subir mais de 140 quilômetros no rio Tietê. Um número alto, já que as raias costumam viver à beira de rios, sem percorrer grandes distâncias.
Segundo especialistas, como tivemos uma mudança estrutural no habitat desses peixes, a partir de agora é preciso encarar as raias no Tietê como algo natural. A partir de agora deve-se estudar o hábito de vida desses animais e promover programas de conscientização e educação ambiental dos moradores ribeirinhos.
Pouco agressivas, mas venenosas
O problema é que as raias que estão no Tietê são animais peçonhentos. Apesar da ferroada das raias jovens causar apenas dor local, o ataque das adultas pode necrosar partes do corpo humano. Com venenos de intensidade diferente de acordo com a idade e sexo dos animais, ainda não há antídotos ou tratamento específico para ataques de raias de água doce.
As raias no Tietê são pouco agressivas e costumam atacar somente quando são pisadas ou se sentem ameaçadas de alguma maneira.