Desde 2020, o projeto CONSERV reconhece o papel do produtor rural na conservação e propõe a compensação financeira àqueles que àqueles que conservam florestas em propriedades rurais além das exigências do Código Florestal.
Trata-se de um mecanismo privado, em pleno funcionamento e com potencial de expandir para outras regiões. “Estamos testando essa metodologia e aprendendo na prática para que vire um processo de maior escala no futuro e inspire governos e investidores”, explica o diretor executivo do IPAM, André Guimarães.
O modelo pretende iniciar a construção de um novo paradigma para o uso do solo, no qual as florestas em pé possuem um valor intrínseco pela prestação de serviços ecossistêmicos e manutenção da biodiversidade.
No início deste mês, seis novas parcerias foram fechadas como Seis parte do CONSERV no Araguaia, uma parceria entre o IPAM e a Liga do Araguaia. São áreas localizadas nos municípios de Barra do Garças, Canarana, Novo São Joaquim, Pontal do Araguaia e Araguaiana, em Mato Grosso.
Segundo Caio Penido, produtor rural, membro fundador da Liga do Araguaia, o projeto concretiza mais um passo da missão da Liga, que busca “promover o desenvolvimento econômico e social da região do Médio Araguaia Mato-Grossense, por meio do aumento da produtividade e renda, respeitando a legislação vigente e os limites dos sistemas naturais, mostrando na prática uma pecuária sustentável capaz de aliar produção e conservação”.
Até o momento, o CONSERV já protegeu mais de 14 mil hectares de vegetação nativa, em 16 propriedades. Foram evitadas a emissão de 1.884.889 toneladas de CO₂ e um estoque de 503.151 foi gerado acima do solo.
A expectativa é de que o projeto chegue ao final de 2022 com 20 mil ha de ativos de vegetação nativa no total, distribuídos entre 20 e 30 fazendas em três locais diferentes da Amazônia Legal, incluindo Cerrado e bioma amazônico.